Rodrigo Machado [GrupoLMKTRS] e Kurt Ziegler [Gerente do Centro de Eventos FIERGS] estiveram reunidos, hoje à tarde, com os secretários Natan Katz e Leonardo Hoff, das Secretarias de Saúde e de Desenvolvimento Econômico, respectivamente. Num primeiro momento, Machado fez um resgate de como foram autorizados alguns eventos por parte do governo do estado, com destaque aos protocolos aprovados até o momento. Explicou, portanto, que foram liberados 40% [quarenta por cento], sem alimentos e bebidas e 30% [trinta por cento], sem alimentos e bebidas, o que não viabiliza o espetáculo, já que esse valor de bar, compõe o pagamento e efetivação do show. E frisou, que no pedido encaminhado ao executivo estadual, em nenhum momento aparecia esta distinção de “com ou sem” alimentação e bebida. E lembrou que o evento-teste no Araújo, liberado pelo executivo municipal, teve serviços de bar.
Outro aspecto levantado é o prazo de planejamento, não menos de 20 dias, no quadro atual, já que a maioria dos shows estava agendada. E a remarcação exigiria um tempo hábil de venda de ingressos, assessoria de imprensa, divulgação entre outros itens. “O quê precisamos agora é uma sinalização do que vai acontecer e como, para colocar em pauta esta pré-produção, que é fundamental”, enfatiza Machado. “Logo, esta autorização de funcionamento, por parte da prefeitura, na realidade, a execução começa a valer em 20 dias”, segundo o representante do Grupo Live Marketing. “A questão que está nos afligindo e todo o setor espera uma resposta do poder municipal em cima, da melhor condição, do que foi autorizado pelo poder estadual”, reforça. Alega que se a prefeitura liberar com 30% [trinta por cento]: “nós não vamos abrir. Ficaremos fechados”. Também exemplificou como ocorreram os procedimentos no evento-teste no Araújo Vianna, já que o secretário Natan não acompanhou o show no dia 13 de setembro.
Outro elemento destacado, por Machado, ficou por conta da certificação de equipamentos, de suas condições em contemplar os protocolos e suas consequentes viabilidades econômicas, ao receber shows, por exemplo. E cada instalação ou empresa deverá avaliar sua situação e realidade para atender tais exigências, acredita. Mas, “é muito importante esta sinalização do governo municipal, para que possamos nos organizar, mesmo que tenhamos que correr o risco, caso a bandeira mude e tenhamos que alterar nossas agendas”, reforça o sócio-diretor da Opinião Produtora.
Kurt Ziegler também fez suas considerações em relação à FIERGS e enfatizou a fala de Rodrigo Machado. Neste momento, o secretário Natan levantou que o município não se guia pelos indicadores das bandeiras do executivo estadual, porque para Porto Alegre, elas não funcionam tão bem. Contudo, reforçou sua compreensão dos enfrentamentos do setor de eventos e dos eventos-teste, mas teme ainda o quadro do COVID-19 na cidade e, por isso, o cuidado em liberar grandes eventos. E frisou que não há ainda o resultado das últimas flexibilizações, da segunda demanda do retorno das aulas e da coexistência nos hospitais dos pacientes do coronavírus e de outras doenças. As empresas de eventos que são competentes e têm consciência deste quadro podem alterar suas agendas, conforme o contexto mude, mas para uma cidade isso não é tão simples, pontua o secretário. Destacou ainda a preocupação com ambientes fechados e o risco aerosol, mais ainda que o próprio distanciamento nestes locais. Contudo, compreende perfeitamente a necessidade de uma previsibilidade, por parte do setor.
Depois de muita conversa, novamente Rodrigo Machado levantou o risco dos eventos clandestinos, que são realizados em locais não apropriados e também não são feitos por profissionais do setor e “não dá pra não tratar destas tristes possibilidades, em comparação aos locais e equipes preparadas para realização de eventos”. E as opções que reúnem condições técnicas e adequadas ajudam a evitar estes eventos clandestinos e que não garantem qualquer segurança. Aspecto que foi reforçado por Kurt, da FIERGS, pois quanto mais essas aglomerações são evitadas, melhor serão as garantias dos protocolos praticados em instalações apropriadas para este fim. A autorização dos eventos defendidos pelo setor, regularia este tipo de situação, defende.
O secretário Natan concordou com os argumentos dos participantes e disse saber o quanto o setor foi penalizado pela pandemia e concordou ainda em tratar a questão da previsibilidade para conseguir colocar “esta luz no fim do túnel”. “O nosso receio sim, tem sido um pouco esse, pois temos que fazer esta flexibilização com responsabilidade, proporcionar um regramento um pouco diferente que estamos pensando para o resto da cidade, visto a viabilidade que vocês precisam, o número que vocês precisam para funcionar […], isso a gente avalia em todos os setores […] e deixar a coisa bem transparente, e tenho conversado com o Leonardo sobre esta ideia de um alvará pandemia. Criar uma regra igual para todo mundo não funciona bem, ter uma coisa diferente, faz bastante sentido”.
Neste momento, o secretário Natan afirmou: “eu vou ser bem franco com vocês, a gente vai provavelmente liberar esta questão dos eventos, na semana que vem, que são inúmeros, mas não sei se vamos conseguir contemplar vocês logo, mas estamos trabalhando muito sobre isso e acho que vai nesse caminho, de coisas mais específicas para esses lugares maiores. Tornar isso viável. Precisamos de prazos para as decisões, se fazemos algo muito atropelado, acaba colocando todo o planejamento em risco […].
Os participantes reconheceram a difícil posição dos secretários, mas no final da reunião resgataram a importância de ter um prazo, exemplificaram, inclusive, com a possibilidade de que em novembro o setor esteja trabalhando no percentual desejado. Afinal, Porto Alegre é referência na criação dos protocolos e na execução dos eventos-teste e, certamente, será um polo destino de segurança para outros eventos. De novo, o secretário Natan disse que na próxima semana trará esta perspectiva, a partir das observações de como o dado e sua compreensão se comporta neste período. “Estamos trabalhando nesta linha, conseguir dar para vocês essa possibilidade de se organizar, de organizar os eventos.” Posicionamento que o secretário Leonardo também compartilha. Além de considerarem outros equipamentos que estejam nas mesmas condições ali apresentadas. Argumento aproveitado por Rodrigo Machado, ao indicar que levaria ao Grupo Live Marketing RS essa última reunião e organizar essas tratativas mais de perto com os empresários ligados a esse segmento do setor.