“Não sejamos ingênuos: não se trata de uma simples luta política; essa é a pretensão destrutiva do plano de Deus”. Era o que o então cardeal Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, dizia sobre a lei que criava o casamento igualitário na Argentina, durante o governo de Cristina Kirchner.
Segundo ele, não se tratava de “mero projeto legislativo”. “Este é somente o instrumento, de um movimento do pai da mentira (o diabo) que pretende confundir e enganar os filhos de Deus.” Ou seja, era o próprio diabo quem estava nos bastidores, movendo os fios de suas marionetes, os políticos argentinos. “Aqui também está a inveja do demônio pela qual o pecado entrou no mundo, que procura destruir a imagem de Deus: homem e mulher que recebem o mandamento de crescer, multiplicar-se e dominar a terra.”
Três anos depois, Bergoglio se tornou o papa Francisco. E logo em sua primeira viagem as coisas pareceram mudar. Papa Francisco voltava da Jornada Mundial da Juventude, no Brasil, quando foi questionado novamente sobre o tema. Disse então: “Deve-se distinguir o fato de que uma pessoa é gay do fato de fazer um lobby. Se é lobby, nem tudo é bom. Se uma pessoa é gay e procura o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?”
Leia mais em O Estado de São Paulo