No segundo sábado de novembro, um grupo de mães do Acre realizou a primeira assembleia da Associação Brasileira de Vítimas de Vacinas e Medicamentos (Abravac). Realizada com o aplicativo Zoom, a reunião marcou o início de um novo capítulo numa história sem data marcada para acabar. As fundadoras dizem que tudo começou quando suas filhas e, em alguns casos, também filhos tomaram a vacina contra o HPV, sigla em inglês para um vírus transmitido sexualmente que pode provocar câncer. A partir desse ponto, dizem as mães, os adolescentes e pré-adolescentes passaram a apresentar sérios problemas de saúde.
Uma jovem de 17 anos — ela prefere que seu nome não seja revelado — é uma das que sofrem com convulsões frequentes, dores de cabeça e fraqueza desde 2015, quando tomou a vacina. Sua família foi uma das primeiras a procurar o Ministério Público do Acre, em 2017, para relatar o que entende ser uma consequência da vacina. “Logo depois que a primeira mãe nos procurou, vieram mais três ou quatro. Em seguida, eram dez e, com o passar do tempo, foi aumentando mais e mais”, disse o promotor Glaucio Oshiro, responsável pelo caso. No último levantamento, havia 48 casos. “Minha filha tinha 12 anos quando tomou a vacina. Era esperta, gostava de esportes, de natação. Agora não anda mais sozinha, não deixamos fazer mais nada. Ontem mesmo ela teve uma convulsão. As convulsões não param. É dia sim, dia não”, disse a mãe.
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