Reportagem de Victor Ohana, na Carta Capital mostra que após o 2º turno das eleições municipais, no domingo 29, parlamentares apresentaram projetos de lei que proíbem a divulgação de pesquisas eleitorais nos dias anteriores à data da votação, em períodos de 15 dias, um mês e até a campanha inteira. Para deputados e senadores, os levantamentos influenciam a escolha dos eleitores de forma indevida.
A iniciativa ocorre depois que as pesquisas passaram longe dos resultados oficiais em algumas capitais. No caso de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o Ibope chegou a pedir desculpas por apresentar tendência de vitória para a candidata Manuela D’Ávila (PCdoB), que acabou derrotada por Sebastião Melo (MDB).
Em projeto apresentado na manhã desta quinta-feira 3, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) propõe a divulgação de pesquisas eleitorais até 30 dias antes da votação.
O parlamentar criticou o caso de Fortaleza, em que o Ibope estimou 61% contra 39% na véspera entre José Sarto Nogueira (PDT) e Capitão Wagner (PROS), e o percentual final foi de 51,7% contra 48,3%. Girão acusa os institutos de pesquisa de produzir “fake news” e qualificou a prática como criminosa.
“A gente sabe que tem muita gente ainda que quer aquele voto útil. Quando a pesquisa mostra que há polarização, mesmo tendo escolhido alguém da 3ª via, o voto de consciência, do coração, ele [o eleitor] vai para aquele que vai definir a eleição. A gente precisa acabar com esse tipo de manipulação”, afirmou o senador.