Porto Alegre, quarta, 02 de outubro de 2024
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Livros: E fomos ser gauche na vida. Lelei Teixeira lança obra falando de nanismo, preconceito, diferença e inclusão

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Foi com alegria que recebi a informação que estava ” no prelo”, um livro onde a jornalista Lelei Teixeira coloca no papel, um pouco daquilo que acompanhamos nas colunas e redes sociais dela. E fomos ser gauche na vida (Pubblicato Editora), da jornalista Lelei Teixeira, já está no mercado livreiro. Em Porto ALegre, a obra pode ser encontrada nas livrarias Bamboletras, Baleia e Isasul. Em São Francisco de Paula, terra natal da autora, está na Livraria Miragem.

Lelei Teixeira, jornalista e escritora

A publicação nasceu da falta e do desejo de falar sobre nanismo, acessibilidade, inclusão e discriminação, projeto antigo da autora e da irmã Marlene Teixeira, que morreu em abril de 2015. “Queríamos refletir sobre essa condição e o preconceito que a diferença provoca a partir de experiências pessoais e profissionais diversificadas como as nossas, unindo, também, as pesquisas e os estudos que a Marlene desenvolvia sobre linguagem, discurso, trabalho, psicanálise e literatura, que muito nos amparavam. Fizemos inúmeras tentativas de começar a partir de anotações, lista de filmes e livros com personagens com nanismo, guardamos reportagens de jornais e revistas, mas o trabalho vertiginoso meu e dela não dava trégua”, conta Lelei.

Com a morte de Marlene, Lelei ficou sozinha com este desejo. Um ano depois começou a escrever no blog Isso não é comum do Sul21, o que fez até agosto de 2020. Nesses quase quatro anos, reuniu fragmentos da trajetória dela e da irmã e o livro foi tomando forma. A publicação vem também da vontade de compartilhar com pessoas conhecidas e desconhecidas o que elas viveram intensamente desde o princípio, reafirmando que a luta contra o preconceito é justa e cada vez mais necessária.

No final do que Lelei chama “de uma tentativa de livro, feito a duas mãos, mas pensado para quatro”, estão alguns textos de alunos e contemporâneos da Marlene na Unisinos/Universidade do Vale do Rio dos Sinos, onde dava aulas no Mestrado e no Doutorado. “Muito do que escrevi no livro, pensamos e articulamos juntas. Tínhamos o hábito de interferir naturalmente uma no texto da outra. Até nos artigos acadêmicos da professora eu dava palpites. Marlene me dizia: Coloca o teu olho de jornalista no que estou escrevendo”.

Por conta da pandemia, ainda não há uma data de lançamento oficial. Mas, Lelei participa em dois momentos da agenda da Feira Literária de Três Coroas/RS: no dia 11 de dezembro, às 16h, Lelei participa do debate “O Futuro Anticapacitista”, ao lado de Lau Patrón, autora do livro 71 Leões (Belas Letras, 2018), uma história sobre afeto, dor e renascimento, e do advogado e ativista Marcos Bliacheris e no dia 13 de um bate-papo sobre o livro, também às 16h.