Porto Alegre, quinta, 03 de outubro de 2024
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Morre Ivo Nesralla. Médico foi pioneiro no implante de coração artificial na América Latina

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Nesralla realizou a primeira cirurgia robótica cardíaca da América Latina.

 

O Dr. Ivo Abrahão Nesralla faleceu hoje no Hospital Moinhos de Vento, em decorrência de uma parada cardíaca. Aos 82 anos, ele estava em casa, foi socorrido pela família e pelo SAMU, que conduziu o cirurgião cardiovascular até a Emergência do Hospital Moinhos de Vento.

O médico nasceu em 18 de agosto de 1938, no Rio de Janeiro. Filho de Abrahão José Nesralla e Nazime Nesralla, de origem libanesa. Ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1957, graduando-se em 1962. O Dr. Ivo Nesralla foi o pioneiro em vários procedimentos cardiológicos e tem mais de mais de 45 mil cirurgias do coração e dos grandes vasos no currículo. Em 1970, fez a primeira operação de ponte de safena no estado, que foi também uma das primeiras no Brasil. Em 1973, empregou pela primeira vez no país a técnica da hipotermia profunda para cirurgias cardíacas. Em 1984, realizou o primeiro transplante de coração no Rio Grande do Sul. Em 1999, implantou o primeiro coração artificial na América Latina. No ano 2000, realizou a primeira cirurgia robótica cardíaca da América Latina.

De 1983 a 1991, presidiu, a convite governador do RS, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Recebeu, em 1985, o título de Sócio Benemérito da Associação dos Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, cargo que voltou a ocupar em 2003.

Na área da cultura, também assumiu, em 1998 a presidência da II Bienal de Artes Visuais do Mercosul realizada pela Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul em parceria com os ministérios da Cultura, Educação e Relações Exteriores, do Governo do Estado do RS e prefeitura de Porto Alegre. Em agosto de 2000, foi reconduzido à presidência da III Bienal de Artes Visuais do Mercosul.

Foi agraciado com o título de cidadão emérito de Porto Alegre, pela Câmara Municipal de Vereadores, 1991. Recebeu ainda, em 2001, a Comenda da Ordem do Mérito Cultural e, em 2002, a medalha Cidade de Porto Alegre.

O cirurgião cardiovascular deixa a mulher, Paulita, os filhos Ivo, Carlos e Paula, também cirurgiã cardíaca, e netos.