Eu sou fã dele desde a década de 1980. Sempre gostei de atletas que se entregam ou como dizem alguns se doam dentro de campo, quadras, raias, piscinas… No caso dele, ele se doava muito dentro de campo e também fora. Conheci o atleta antes do cidadão, vibrei e torci pelo jogador antes de conhecer o ” vizinho” na sua essência e cada encontro que tive com ele na vida sempre fiquei impressionado com o foco, disciplina, mas principalmente com a atenção com que distingue a todos que se aproximam. Carlos Caetano Bledorn Verri é um sujeito que se importa com as pessoas. Que ajuda muita gente sem alarde e como quando atuava no futebol, sempre com excelentes resultados.
Apesar do apelido que remete a um dos sete anões (dado ainda na maternidade pelo padrinho Emídio Perondi), Dunga demonstrou mais uma vez ao longo de 2020, que possui qualidades de uma alma gigante. Nascido em Ijuí, aos 57 anos o ex-jogador que levantou a taça do mundial de seleções como capitão do time brasileiro, treinador de futebol à frente do escrete canarinho e também do Internacional que o revelou, dedicou boa parte do tempo que poderia estar com a família ou cuidando de seus negócios para levar um pouco de esperança e conforto a quem mais precisa.
O sujeito que parecia ter três pulmões dentro das quatro linhas, segue incansável fora delas. Sabe aquela história da “falta de tempo” que muitos alegam… Com ele não tem isso, ao melhor estilo “Quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, arruma uma desculpa.’ Dunga vai se desdobrando entre diferentes projetos sociais que auxilia. Milhares de crianças, jovens, adultos, idosos, pessoas doentes e sem oportunidades já foram beneficiadas por ações dele e de centenas de pessoas que o auxiliam voluntariamente. O ano de 2020 teria várias ações em benefício dos Hospitais Vila Nova e da Brigada Militar, SPAAN, Asilos, Creches… Mas, aí veio a Covid-19 e ele seguiu com o planejado e arrumou mais tempo para se dedicar aos atingidos pela Pandemia.
O Cidadão não esperou ser chamado e claro … convocou os amigos que prontamente se apresentaram para o “novo jogo”. Enquanto cientistas, médicos e enfermeiros do mundo inteiro combatiam em seus campos o inimigo invisível, comum a todas as nações. Enquanto Chefes de Estado e Governos não sabiam muito bem o que fazer para combater o Coronavírus em um momento decisivo da humanidade (já que a pandemia atinge a todos indiscriminadamente, com impacto semelhante a uma guerra), eles puseram em marcha vários trabalhos de auxílio aos desamparados. É nessa hora, que aqui e acolá abnegados (as) surgem para fazer a diferença. São milhares de exemplos em todo o mundo, mas esse texto quer tratar de alguém que eu vi fazer a diferença em Porto Alegre.
O que move alguém bem-sucedido, reconhecido no mundo inteiro, que levantou o maior Troféu, do mais popular esporte do planeta, com “o burro à sombra” a ajudar outras pessoas sem pretensão, apenas pelo espírito solidário e o chamamento que surge do coração e da alma? A resposta é ampla e pode ser resumida numa palavra: humanidade.
Não sei quem criou a expressão: Seleção do Bem 8. Mas ela caiu muito bem a tudo que foi feito em mais um projeto vinculado ao Instituto Dunga. Foram inúmeras ações desde os primeiros momentos da Pandemia, ajudando dezenas de entidades e milhares de pessoas até o momento. A iniciativa apoiada por dezenas de amigos e amigas que se dedicaram a várias causas, tem como propósito apoiar comunidades menos favorecidas em situação de vulnerabilidade social.
Dunga, D’Alessandro e Tinga, logo na arrancada em abril, entregaram 10 toneladas de alimentos. No mesmo mês, jogadores do Grêmio como Geromel, Maicon, Paulo Victor e Paulo Miranda se uniram ao projeto e distribuíram outras 15 toneladas. A empreitada do bem conta com a participação de empresários e já arrecadou, entre outros itens, mais de 80 toneladas de frutas e verduras. Também foram entregues milhares de marmitas. E o trabalho não para. Se fizéssemos uma retrospectiva, levando em consideração apenas as ações com repercussão na mídia, e não foram as únicas, houve dezenas de intervenções “pequenas” que impactaram sem causar alarde, poderíamos retroagir ao mês de maio e lembrar as 17 toneladas de alimentos distribuídos em bairros como a Restinga. No episódio, também estiveram envolvidos D’Alessandro e Edenilson. O montante foi repassado a 15 instituições da cidade.
Em julho, o projeto de Dunga distribuiu alimentos e sacos de dormir para moradores de rua. Não é novidade para quem o conhece, ou teve contato com notícias a seu respeito fora do futebol: o ex-jogador e técnico caminha pelas ruas para ajudar a quem precisa superar a fome e o frio. Para além da rivalidade futebolística, jogadores do Grêmio também contribuíram com doações e ajudaram nas entregas de alimentos.
Tudo que estava sendo feito voluntariamente pelos atletas e colaboradores da Seleção do Bem 8, chamou a atenção e despertou inveja o que me obrigou a escrever em minhas redes sociais um texto, que gerou 648 reações, mais de 150 comentários e 212 compartilhamentos:
“Políticos com ciúme? No RS temos!!
Em outubro, a Seleção do Bem 8 recebeu 40 mil máscaras de proteção facial, doadas por uma indústria têxtil de Novo Hamburgo. Todas foram encaminhadas a famílias carentes na zona Sul da capital gaúcha. Desde abril, foram distribuídas mais de 210 toneladas de alimentos, incluindo cestas básicas e perecíveis arrecadados junto aos parceiros da Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa). Também houve a distribuição mais de 5 mil fraldas geriátricas, itens de higiene e limpeza, roupas, móveis e materiais de construção para a restauração de quatro casas e a construção de mais sete. Mais de 70 mil famílias foram beneficiados no Rio Grande do Sul nas diferentes ações desenvolvidas por Dunga e seus parceiros e parceiras.
Todas as doações acontecem com recibo de entrega e existe uma lista das pessoas beneficiadas para atestar a autenticidade, incluindo nome e CPF. A Pandemia seguirá causando problemas e vítimas em 2021 e o trabalho da Seleção do Bem 8 também, por isso se você deseja contribuir, entre em contato pelo Whats’App: (51) 99987-0531.
Como milhares de voluntários em todo o mundo, Dunga é um exemplo de cidadão que se engaja de corpo, alma e principalmente coração nas causas que abraça contribuindo para melhorar a vida de milhares de pessoas. Longa vida ao Capitão da Seleção do Bem 8 e a todos homens e mulheres que se trabalham diuturnamente em diferentes causas mundo afora ajudando milhões de pessoas. São todos cidadãos multicampeões.
ENTREVISTA QUE FIZ COM DUNGA NA COMEMORAÇÃO DOS 25 ANOS DO TETRA
