A aprovação no Senado argentino do projeto que legaliza o aborto até a 14ª semana de gestação motivou vigílias por mais de 100 cidades do país, atravessou fronteiras, com atos em países das Américas e da Europa, e mobilizou os brasileiros, que polarizaram o debate nas redes sociais. A votação representa um triunfo do movimento feminista da Argentina e foi celebrada como vitória do presidente Alberto Fernández, que cumpriu promessa eleitoral de enviar o texto ao Congresso.
No Brasil, a repercussão no governo foi conservadora. O presidente Jair Bolsonaro lamentou e disse que, no que depender dele, medida semelhante jamais será aprovada no Brasil. E o chanceler Ernesto Araújo chamou de “barbárie” a legalização do aborto . Em outubro, sob o bastão do governo Bolsonaro, Brasil, Estados Unidos, Egito, Hungria, Uganda e Indonésia assinaram uma declaração se opondo a políticas que preveem o acesso à interrupção da gestação.