Porto Alegre, sábado, 05 de outubro de 2024
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Especialistas celebram decisão da Anvisa, mas cobram ministério sobre estratégias de vacinação; O Estado de São Paulo

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Agência autorizou uso emergencial de Coronavac e imunizante de Oxford; logística de distribuição e definição de intervalo entre doses são desafios. Anvisa libera uso emergencial da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan. Foto: Alex Silva/Estadão

 

 

Especialistas ouvidos pelo Estadão comemoraram a celeridade e a postura técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao aprovar o uso emergencial de duas vacinas – a Coronavac e o imunizante de Oxford – contra a covid-19 nesse domingo, 17. Médicos e cientistas cobraram, porém, mais transparência do Ministério da Saúde sobre a logística de distribuição de doses pelo País e as estragégias de imunização nas próximas semanas.

“Foi uma análise técnica, que apontou o que faltava e as incertezas, mas deixou bem claro que, no fundo, era uma análise de risco e benefício, como deve ser uma análise emergencial. E que os benefícios de ambas as vacinas superam muito tanto os riscos como as incertezas”, avalia Natalia Pasternak, doutora em microbiologia pela USP e presidente do Instituto Questão de Ciência

A pesquisadora acredita que a decisão da Anvisa deixou claro como o órgão é “técnico e imparcial”, frisando que ele se opôs a medidas defendidas pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. “Os slides de aprovação das duas vacinas mostraram essa relação de risco e benefício, apontando que as vacinas são a melhor estratégia de saúde pública. Isso mostra que a Anvisa concorda com o consenso científico de que não existe tratamento precoce, indo contra as diretrizes do próprio Ministério da Saúde.” Durante a pandemia, Bolsonaro e membros do governo federal o uso de remédios sem eficácia comprada cientificamente contra o vírus, como a cloroquina ou a ivermectina.

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