Porto Alegre, terça, 08 de outubro de 2024
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ARI promove Mês da Mulher com o evento Jornalistas Inspiradoras. Primeira edição terá Patrícia Campos de Mello

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A jornalista e escritora vai falar sobre a obra “A Máquina do Ódio: notas de uma repórter sobre fake news e violência digital”. Foto: Divulgação

 

 

A Associação Riograndense de Imprensa, promove em março o Mês da Mulher ARI,  uma extensa programação com profissionais mulheres. O primeiro Jornalistas Inspiradoras acontece nesse sábado, 6 de março, com a participação de Patrícia Campos de Mello. A jornalista e escritora vai falar sobre a obra “A Máquina do Ódio: notas de uma repórter sobre fake news e violência digital”, em que narra a forma como as notícias falsas são disseminadas. Ela será entrevistada pelas jornalistas Rosane de Oliveira (GZH) e Mauren Xavier (Correio do Povo) e pelos convidados do Zoom. A coordenação será da jornalista Jurema Josefa, primeira vice-presidente da ARI.

Por conta da pandemia, os quatro painéis serão transmitidos online, via Zoom e pelo Facebook.

O livro, “A Máquina do Ódio: notas de uma repórter sobre fake news e violência digital”  é o relato de uma das maiores jornalistas da atualidade sobre as ameaças à liberdade de imprensa no Brasil e no mundo.

Dias antes do segundo turno da eleição de 2018, Patrícia Campos Mello publicou a primeira de uma série de reportagens sobre o financiamento de disparos em massa no WhatsApp e em redes de disseminação de notícias falsas, na maior parte das vezes em benefício do então candidato Jair Bolsonaro. Desde então, a repórter tornou-se alvo de uma violenta campanha de difamação e intimidação estimulada pelo chamado gabinete do ódio e por suas milícias digitais.

Segundo a jornalista Miriam Leitão, “Para entender a natureza dos riscos que ameaçam a democracia brasileira hoje, é preciso seguir o rastro da conspiração digital que simula movimentos de apoio popular e fabrica ódio contra pessoas e instituições. O livro de Patrícia Campos Mello desvenda esse mundo das sombras com um texto envolvente e esclarecedor. Recomendo fortemente a leitura. E quanto antes, melhor.”

Em A máquina do ódio, Campos Mello discute de que forma as redes sociais vêm sendo manipuladas por líderes populistas e como as campanhas de difamação funcionam qual uma censura, agora terceirizada para exércitos de trolls patrióticos repercutidos por robôs no Twitter, Facebook, Instagram e WhatsApp ― investidas que têm nas jornalistas mulheres suas vítimas preferenciais. Os bastidores de reportagens da jornalista e os ataques de que foi vítima servem de moldura para um quadro mais amplo sobre a liberdade de imprensa no Brasil e no mundo, numa prosa ao mesmo tempo pessoal e objetiva.

Para Jason Stanley, autor de Como funciona o fascismo; “Graças ao trabalho desbravador de algumas jornalistas, nós pudemos descobrir e entender como a internet contribuiu para propagar movimentos contrários à democracia. Dentre elas, destacam-se a indiana Rana Ayyub, a britânica Carole Cadwalladr e a brasileira Patrícia Campos Mello. É simples: se você quer entender os desafios atuais para a democracia no mundo, você precisa ler este livro.”

Patrícia Campos Mello acompanhou a utilização crescente das redes sociais nas eleições internacionais que cobriu: nos Estados Unidos, em 2008, 2012 e 2016; na Índia, em 2014 e 2019. À experiência de observadora do avanço dos tecnopopulistas e seu “manual para acabar com a mídia crítica”, somou-se a de protagonista involuntária no front de uma guerra contra a verdade. Relato envolvente de um dos capítulos mais turbulentos de nossa história recente, A máquina do ódio é também um manifesto em defesa da informação.