O presidente Emmanuel Macron reconheceu oficialmente nesta semana que Ali Boumendjel, um ativista da independência argelina, foi torturado e depois assassinado pelo Exército francês em 23 de março de 1957, durante a Batalha de Argel. Na época dos fatos, a versão oficial foi que ele havia se suicidado. Em uma reportagem sobre esse reconhecimento histórico, a revista semanal L’Obs recorda que Macron havia prometido “atos simbólicos” para tentar reconciliar as memórias da colonização e da Guerra da Argélia (1954-1962).
A confirmação do assassinato de Boumendjel por militares franceses faz parte de um conjunto de 22 recomendações apresentadas ao chefe de Estado pelo historiador Benjamin Stora, reunidas em um relatório solicitado pelo Palácio do Eliseu sobre a colonização. A tortura sistemática de ativistas, os assassinatos e desaparecidos nesse conflito sangrento impactam até hoje a vida dos 807.500 imigrantes argelinos residentes na França, conforme dados de 2019 do Insee, o instituto nacional de estatísticas.
Boumendjel, natural da região litorânea de Orã, tinha 38 anos quando foi detido, torturado e morto por uma unidade de paraquedistas do Exército francês. Ele militava no grupo União Democrática do Manifesto da Argélia (UDMA).
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