A Petrobrás vai perder metade de seu Conselho de Administração um ano antes do fim dos respectivos mandatos, em ato que não encontra paralelo recente em grandes empresas brasileiras. As decisões de renunciar ao conselho foram individuais, mas anunciadas em bloco. Em comum, disseram fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, o “conjunto da obra” da interferência do governo na empresa, que culminou com a demissão do presidente da companhia num momento de excelente desempenho operacional.
Duas gotas d’água fizeram o caldo entornar: a movimentação de acionistas minoritários em torno da abertura de uma ação judicial coletiva e as suspeitas de que alguém possa ter lucrado com o uso de informações sigilosas do governo sobre o futuro da empresa. Mas, nas últimas semanas, o descontentamento não parava de crescer entre os conselheiros com a aberta intervenção do governo na companhia. Que, aliás, teve sua estratégia comercial aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), composto por ministros de Estado. A atuação do governo foi vista como desmoralização da governança da empresa, da forma como ela é gerida.
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