Horas depois de se reunir com Jair Bolsonaro para discutir a criação de um comitê entre os Poderes de gestão do combate à Covid-19, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), subiu o tom contra o governo ao discursar no plenário. Ele afirmou que, se não houver correção de rumo, a crise pode resultar em “remédios políticos amargos” a serem usados pelo Congresso, alguns deles fatais.
É a primeira vez que Lira faz menção, mesmo que indireta e sem especificar, à ameaça de CPIs e de impeachment contra o presidente da República, em um momento em que Bolsonaro tenta atrair Legislativo e Judiciário para a coordenação da pandemia.
Líder do centrão e aliado de Bolsonaro eleito neste ano para a presidência da Câmara com apoio do presidente, Lira fez discurso durante sessão para votar projeto que autoriza deduções no Imposto de Renda a empresas e pessoas físicas que contratarem leitos privados para que o SUS use para tratar pacientes de Covid-19.
O presidente da Câmara falou no risco de uma “espiral de erros de avaliação”, disse que não estava “fulanizando” e que se dirigia a todos os que conduzem órgãos diretamente envolvidos no combate à pandemia. “O Executivo federal, os Executivos estaduais e os milhares de Executivos municipais também”, afirmou.
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