Depois de semanas de pressão empresarial, econômica e política por sua saída e de escapar da reforma ministerial feita pelo presidente Jair Bolsonaro no início da semana, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se movimenta para tentar mostrar que se relaciona bem com europeus e americanos e que tem um plano para combater o desmatamento da Amazônia – missão que volta para suas mãos ao fim deste mês, quando se encerra a operação militar Verde Brasil 2.
Em entrevista exclusiva ao Estadão na sexta-feira, 2, concedida da casa da sua mãe, em São Paulo, Salles, sem máscara, revelou que trabalha armado, questionou uma apreensão de madeira recorde feita pelo superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Alexandre Saraiva, já cotado para assumir o seu cargo, e insistiu no discurso de que o País tem de ser pago por reduções passadas de emissões de gases de efeito estufa. Mas pela primeira vez apresentou uma meta de diminuição do desmatamento, não sem cobrar algo em troca.
Salles disse que consegue reduzir a devastação da Amazônia em até 40% em 12 meses – mas somente se receber US$ 1 bilhão de países estrangeiros. As taxas de desmatamento observadas nos dois primeiros anos em que esteve à frente do ministério são as maiores desde 2008. A do ano passado foi 47% maior que a de 2018.
O ministro afirmou que o plano vai ser apresentado aos Estados Unidos no encontro que o presidente Joe Biden vai realizar com 40 líderes internacionais para debater a pauta climática. Sem recursos externos, disse que vai fazer o que for possível, mas sem dar uma estimativa de meta de redução.
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