Porto Alegre, sexta, 11 de outubro de 2024
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Fórum da Liberdade debate o futuro das fintechs. Segundo Guilherme Benchimol se ele fosse um extraterrestre e quisesse investir em algum lugar, eu investiria tudo no Brasil, porque no Brasil falta tudo.

Detalhes Notícia
Palestra Vai tudo virar fintech? Com Marcos Boschetti(E), CEO da Nelogica, Guilherme Benchimol(C), Fundador da XP, e Sérgio Furio, Fundador e CEO da startup Creditas. Foto: Marcos Nagelstein/ Agência Preview

 

 

 

O último painel da noite do Fórum da Liberdade 2021 teve como tema “Vai tudo virar fintech?”. Com palestras de Guilherme Benchimol, Marcos Boschetti e Sergio Furio e mediação do diretor de Relações Institucionais do IEE, Eduardo Afonso, e da diretora financeira, Laura Cimenti, o encontro abordou o fenômeno das fintechs – startups ou empresas que desenvolvem produtos financeiros digitais, menos burocráticos, mais intuitivos e com custos baixos ou, até mesmo, sem custos.

Sergio Furio é o fundador e CEO da Creditas, a principal plataforma de crédito com garantia no Brasil. Para ele, o aumento de fintechs diz respeito a um movimento atual, que coloca o cliente mais no centro das preocupações das empresas do que nunca. Em uma realidade na qual o cliente usa aplicativos e está sempre interagindo nas redes sociais, a adaptação do empreendedor a isto se torna uma necessidade.

– O cliente não quer vir falar conosco, entrar em agências ou mesmo acessar o aplicativo. Ele quer que o problema seja resolvido sem falar com ninguém. Com essa filosofia, partimos de ser uma fintech para buscar a direção do cliente. O foco é ficar perto dos clientes, oferecer cada vez mais coisas para ele. O mundo caminha para uma integração forte entre diferentes players, que permitam que a gente atenda de forma conjunta os clientes – alerta Furio.

O CEO e fundador da Nelogica – fintech voltada ao desenvolvimento de softwares de negociação eletrônica e outras tecnologias para o mercado financeiro -, Marcos Boschetti concorda com Furio no que se refere à junção de tecnologias com o fim de atender melhor o cliente. O empresário ressalta que a extinção de um negócio, hoje em dia, pode ocorrer de forma muito rápida, e que é fundamental, ao se pensar nos produtos a serem oferecidos, que se foque no que faz sentido na jornada daquele cliente.

– Cada mercado tem uma jornada. Se eu tenho um e-commerce, meu cliente terá uma jornada, desde entrar no site até receber o produto. No mercado financeiro não é diferente. O que faz sentido é justamente o que você entrega até o fim da jornada. Faz sentido oferecer determinado produto dentro da jornada do meu cliente? Essa é a resposta que cada um tem que responder – explica Boschetti.

Há 20 anos à frente da XP Investimentos, Guilherme Benchimol contou um pouco de sua história: iniciou a empresa com um investimento próprio de R$ 10 mil, que passou a crescer a partir de uma fórmula na qual eram oferecidos cursos sobre investimentos em ações, cujos alunos se interessavam pelo assunto e se tornavam clientes. Entre 2010 e 2020, passou de R$ 1 bilhão a R$ 700 bilhões de ativos. Segundo o empreendedor, esta é a prova de que há uma grande oportunidade de crescimento no Brasil.

– Se eu fosse um extraterrestre e quisesse investir em algum lugar, eu investiria tudo no Brasil, porque no Brasil falta tudo. Nos Estados Unidos, você tem menos burocracia, mas a competição é muito grande. O mais importante é o Brasil fazer seu dever de casa, equilibrar as contas públicas e o resto irá acontecer como consequência – pontua Benchimol.