O delegado Felipe Alcantara de Barros Leal, chefe do Serviço de Inquéritos da Polícia Federal, afirmou que não é possível “presumir” a autenticidade e a integridade das mensagens entre procuradores da “lava jato” obtidas pelos hackers a apreendidas pela PF. Porém, o Serviço de Perícias em Informática do Instituto Nacional de Criminalística da instituição atestou a veracidade e integridade do material que revelou o conchavo entre procuradores e o ex-juiz Sergio Moro.
Em documento, Leal disse que a perícia da PF não confirmou a autenticidade das conversas, segundo informou o jornal O Globo. Dessa maneira, destacou o delegado, os diálogos são provas ilícitas e seria abuso de autoridade usar o material em ações, como o inquérito aberto no Superior Tribunal de Justiça para investigar ameaças de procuradores a ministros da corte.
De acordo com Leal, a invasão demonstra que o hacker não teve dolo apenas de obter os dados, mas também de adulterá-los. Assim, não é possível presumir a autenticidade do material. Segundo o delegado, permitir o uso dessa prova ilícita contra as próprias vítimas seria a “eutanásia dos rumos da Polícia Judiciária, atingindo por ricochete, em visão holográfica, todos os princípios que inspiram a atuação policial”.
Nessa mesma linha, o subprocurador da República José Adonis Callou de Araújo, responsável pela investigação aberta pelo STJ, disse que, “com base no material apreendido, é tecnicamente impossível atestar a integridade”. Ele destacou que isso só seria possível acessando os bancos de dados do Telegram ou dos próprios procuradores.
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