Porto Alegre, quarta, 27 de novembro de 2024
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A vida sem plano B depois da saída da Ford no Brasil; El País

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Leandro Monteiro, que trabalhou 23 anos na fábrica da Ford em Taubaté, luta pelos direitos trabalhistas após anúncio da saída da empresa do Brasil.REGIS AOÃO

 

 

Há 23 anos trabalhando na fábrica da Ford em Taubaté, no interior de São Paulo, Leandro Monteiro foi pego completamente de surpresa, quando uma avalanche de mensagens no Whatsapp começaram a chegar no dia 11 de janeiro. Todas comentavam a notícia que a montadora, que está no Brasil desde 1919, estava encerrando as atividades no país. No primeiro momento, o funcionário chegou a achar que fosse mentira. “Claro que havia rumores que alguma fábrica poderia fechar, porque a empresa não estava tendo o retorno financeiro desejável, houve muitos cortes nos últimos anos, mas nunca se falou em fechamento da empresa no Brasil”, explica Monteiro.

Viúvo e pai de três filhos, Monteiro, que começou na fábrica como office boy aos 14 anos e atualmente era operador de máquinas, diz ter se sentido traído. “A sensação é de ser tratado como lixo, eu e minha família demos o sangue pela Ford e a atitude dela é de uma fabriqueta. Da noite para o dia, nos fecharam a porta”, diz. O pai de Monteiro, José, trabalhou duas décadas na fábrica onde se aposentou. O irmão, Felipe, também estava há 17 anos na companhia. “Eu comecei 2021 tranquilo já que assinamos, no ano passado, um acordo que previa estabilidade no emprego até 31 de dezembro deste ano. E vínhamos sendo pacientes com as políticas de reestruturação da empresa”, explica.

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