Porto Alegre, quinta, 28 de novembro de 2024
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Acordo que destrava Orçamento abre brecha para ‘pedalada’ de fim de ano; O Estado de São Paulo

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Parlamentares abriram, com projeto aprovado na segunda-feira que modificou LDO, a possibilidade de o governo jogar para 2022 gastos que teriam de ser executados ainda este ano; medida seria feita por meio da Despesa de Exercícios Anteriores (DEA). Congresso tirou da LDO necessidade de priorizar gastos com funcionamento da máquina pública. Foto: Dida Sampaio/Estadão

 

O projeto que permitiu um acordo para destravar o Orçamento de 2021 pode elevar o risco de órgãos recorrerem a “pedaladas de fim de ano” para honrarem suas obrigações e manter a máquina funcionando, segundo técnicos ouvidos pelo Estadão/Broadcast. Os parlamentares tiraram a necessidade de priorizar gastos com o funcionamento da administração pública, o que abre espaço para o governo “apertar o cinto” nessas despesas em nome da manutenção de maior volume de emendas indicadas pelos congressistas. Se acabar faltando dinheiro, a fatura é jogada para o início de 2022.

Nas negociações para a sanção do Orçamento, o governo já indicou que deve cortar cerca de R$ 9,5 bilhões nas próprias despesas discricionárias (que incluem custeio e investimentos) para evitar um veto mais drástico em emendas negociadas com parlamentares. Hoje, segundo dados da Consultoria de Orçamento da Câmara, o Orçamento prevê aproximadamente R$ 99 bilhões dessas despesas que não são obrigatórias no Executivo, descontadas as emendas.

O temor é que o corte nas discricionárias acabe estrangulando o funcionamento da máquina, o que pode encorajar os órgãos a assumir despesas que não cabem no Orçamento como uma “válvula de escape” para seguir funcionando. Os gastos seriam adiados para 2022, quando haverá folga maior devido à ampliação do teto em R$ 106 bilhões na comparação com este ano.

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