Porto Alegre, segunda, 25 de novembro de 2024
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Governo da Argentina proíbe exportação de carne durante um mês; El País

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Pecuaristas respondem à restrição, destinada a conter a inflação, com uma greve de uma semana. Suspensão de vendas de carne na Argentina deve encarecer produto no Brasil. RONALDO SCHEMIDT / AFP

 

 

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, proibiu a exportação de carnes durante um mês. O surpreendente anúncio foi feito em uma breve nota na noite de segunda-feira e incendiou o ânimo dos pecuaristas. A ideia do Governo é deter o aumento do preço da carne bovina, totem alimentar nacional, e moderar a inflação, que atingiu 47,2% nos últimos 12 meses. Os produtores dizem que o corte nas exportações prejudicará gravemente o setor e reduzirá ainda mais as receitas em moeda estrangeira. Como primeira medida de protesto, os pecuaristas acordaram interromper a comercialização de carne por uma semana a partir de quinta-feira.

A medida governamental entrou em vigor imediatamente. No Mercado de Hacienda de Liniers, coração do setor de carnes, o preço do quilo caiu de 111,4 pesos (6,23 reais) para 94,6 pesos em poucas horas. Proibir as exportações sempre funciona no curto prazo, porque um excedente de oferta é gerado no mercado interno. Outra coisa são as consequências a médio e longo prazo. Não se perdem apenas os clientes e a confiança dos compradores externos, mas os produtores tendem a reduzir o número de cabeças de gado devido à falta de lucratividade. Em 2006, quando essas medidas contra a inflação começaram a ser aplicadas, havia 62 milhões de cabeças na Argentina. Hoje, 15 anos depois, são 50 milhões.

“Como antes tinha gente que comprava camisas para exportar, agora há exportadores que compram carne e exportam. Tudo isso cria uma tensão nos preços que não pode mais ser mantida. Temos de colocar em ordem quem exporta”, disse o presidente Fernández. Segundo ele, as pressões de compra da China levaram a um aumento de preços e estes acabaram prevalecendo no mercado interno.

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