Porto Alegre, sábado, 19 de outubro de 2024
img

Morre o jornalista Alexandre Boer. Ativista da causa LGBTQIA+, profissional também foi ator, diretor de teatro e patinador; do Coletiva.Net

Detalhes Notícia
Jornalista era conhecido pela sua luta LGBTQIA+ - . Foto: Reprodução/Facebook

 

 

A uma semana do Dia do Orgulho LGBTQIA+, celebrado em 28 de junho, a causa perde uma de suas referências: o jornalista Alexandre Boer. O profissional, que também foi artista, ator, diretor de teatro e patinador, foi o fundador da ONG Somos, que em 2021 completa 20 anos de história. Conforme apurado pela reportagem do Coletiva.net, Alexandre faleceu no Hospital São Lucas da PUCRS, onde estava internado com problemas neurológicos.

Em 3 de junho, o jornalista completou 57 anos e, além de lutar contra a homofobia, ele também era um militante da luta contra o HIV/Aids. Nesta área, foi voluntário, coordenador do Núcleo de Comunicação, conselheiro e diretor do Grupo de Apoio a Prevenção da Aids do Rio Grande do Sul (Gapa/RS).

A organização a qual ele fundou divulgou uma nota de pesar em suas redes sociais contando a trajetória e importância do jornalista para o movimento. Conforme ressalta o texto, Alexandre foi um dos primeiros coordenadores de políticas públicas para LGBTI+ no Brasil e o primeiro diretor de uma pasta voltada ao tema em Porto Alegre. “Foi um dos criadores da setorial LGBTI+ do PT e atualmente estava filiado ao PSOL. Foi um dos idealizadores do programa Brasil sem Homofobia, executado pelo governo federal”. A Gapa/RS também se manifestou nas mídias.

Formado em Jornalismo pela Unisinos, atuou nas assessorias da prefeitura de Porto Alegre, bem como na Secretaria Municipal da Cultura da cidade. Também escreveu livros e dirigiu produções audiovisuais. O velório acontece na Capela I do Cemitério São Miguel e Almas, onde ocorrerá o enterro, às 18h.

Confira, na íntegra, a nota da ONG Somos:

NOTA DE FALECIMENTO

É com muita tristeza que comunicamos o falecimento do nosso amigo e fundador da SOMOS, Alexandre Boer, na manhã desta segunda-feira (21).

Alexandre era reconhecido como um dos mais importantes ativistas da causa LGBTI+ no país, com atuação política internacional. Também foi militante do movimento de Luta contra o HIV/Aids, tendo participado do Gapa/RS. 

Se orgulhava de dizer que a ONG Somos, que em 2021 completa 20 anos, começou na sala da casa dele. E a partir daí, construiu com outros amigos e ativistas um trabalho que foi referência para uma geração inteira de ativistas. Foi nosso representante e diretor em importantes organizações, como a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e a Associação Internacional de LGBTI+ (ILGA), chegando a acompanhar diretamente as articulações do movimento na ONU.

Na SOMOS, além de fundador, também coordenou projetos na temática da comunicação, acesso à direitos da população LGBTI+ e dirigiu nosso núcleo de Comunicação. Como jornalista, escreveu livros, dirigiu produções audiovisuais e se dedicava à divulgação artística com maestria.

Alexandre foi um dos primeiros coordenadores de políticas públicas para LGBTI+ no Brasil e o primeiro diretor de uma pasta voltada ao tema em Porto Alegre. Foi um dos criadores da setorial LGBTI+ do PT e atualmente estava filiado ao PSOL. Foi um dos idealizadores do programa Brasil sem Homofobia, executado pelo governo federal.

Artista, foi ator, diretor de teatro e patinador. Como funcionário público, dirigiu os teatros Renascença e Álvaro Moreyra no Centro Municipal de Cultura e o Teatro de Câmara Túlio Piva.

Alexandre era um filho afetuoso, que dedicou amor até os últimos minutos da vida da mãe Marisa. Ela era uma grande apoiadora do filho e da SOMOS. Uma das histórias que sempre contava, era de quando a mãe foi até um programa de rádio falar sobre a importância de mães apoiarem os filhos LGBTI+.

Nos dói demais saber que alguém que carregava tanta história e afeto nos deixa. Nossos sentimentos a toda a comunidade, amigos e familiares. (Coletiva.Net)