Porto Alegre, terça, 26 de novembro de 2024
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Na gestão Bolsonaro, nº de multas pagas por crimes ambientais na Amazônia cai 93%; O Estado de São Paulo

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Média de infrações quitadas ao ano caiu de 688, de 2014 a 2018, para 44 em 2019 e 2020, diz estudo da UFMG. Mudanças em regras do Ministério do Meio Ambiente dificultam ação de fiscais e julgamento de delitos. Brigadistas do IBAMA combatem incêndio em unidade de conservação ambiental na região de Manicore, no Amazonas Foto: Gabriela Biló/Estadão

 

 

Os entraves à fiscalização ambiental da Amazônia na gestão Jair Bolsonaro alcançam não só quem monitora infrações no campo, como aqueles que estão nos gabinetes de órgãos federais, julgando esses processos. Em 2019 e 2020, a média de processos com multas pagas por crimes que envolvem a vegetação nos Estados da Amazônia Legal despencou 93% na comparação com a média dos quatro anos anteriores. A centralização de decisões e a burocratização de processos ajudam a explicar o mau desempenho.

O dado faz parte de levantamento do Centro de Sensoriamento Remoto e do Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os pesquisadores mostram que mudanças em regras internas do Ministério do Meio Ambiente e na legislação entre 2019 e 2020 dificultaram o trabalho de campo dos fiscais e o andamento interno de processos ligados à apuração de infrações ambientais, como desmate e extração de madeira irregulares.

Desde 2019, Bolsonaro tem sido alvo de críticas no Brasil e no exterior diante da explosão de queimadas e do desmatamento na Amazônia. Para combater crimes ambientais, o governo aposta em operações militares – as Forças Armadas, porém, não aplicam sanções a quem desmata ou faz queimadas irregulares. Apesar das tropas, a devastação da floresta segue alta, com a maior taxa em 12 anos.

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