O provérbio In vino veritas – A verdade está no vinho – ganha outras dimensões para as vinícolas familiares incluídas no Programa Estadual da Agricultura Familiar (Peaf), da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). Para elas, Vinum vita est – Vinho é vida. Pois é na tradição transgeracional de elaborar seus próprios vinhos que essas famílias buscam, hoje, sustento, realização profissional e meios de garantir a sucessão em suas propriedades.
Uma vinícola familiar incluída no Peaf tem dois caminhos a seguir quanto ao registro do vinho junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa): ou opta pelo registro em CNPJ, aderindo ao Simples Nacional, ou pelo CPF, por meio da Lei de Vinhos Coloniais. A escolha por um ou outro caminho determina, além de diferenças no recolhimento de impostos, limites de produção e de possíveis pontos de venda. Mas os dois caminhos se interseccionam no controle total da produção: para estar no Peaf, é necessário que as uvas sejam totalmente cultivadas na propriedade familiar.
O encontro entre campo e cidade pode simbolizar a formação do casal Juliano e Daniela Zottis, juntos há 10 anos. Ele, nascido e criado em propriedade rural, sempre viveu para o cultivo de uvas. Ela, enóloga, natural de Garibaldi, ajudava o pai a fazer vinho em casa. Casados há sete anos, resolveram fazer do porão da própria residência no Vale dos Vinhedos a plataforma de lançamento para a construção de um sonho em comum. “A gente sempre quis abrir uma vinícola. Há cinco anos vendemos aqui uvas de mesa, é um ponto que as pessoas já conhecem por isso. Aos pouquinhos a gente foi elaborando vinho, e aí surgiu a oportunidade, junto com a Emater e a Seapdr, de a gente registrar como uma agroindústria”, explica Daniela.
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