Energias alternativas ganharam ainda mais evidência após os reajustes tarifários, que vem encarecendo a conta de luz dos brasileiros. Uma das opções que tem tido grande procura é o sistema fotovoltaico, que produz energia elétrica a partir da luz solar. O diretor-geral da Ecosul Energias, Alan Eduardo Spier, de Nova Petrópolis (RS), registrou o aumento de 39% nos pedidos de orçamento desde o anúncio das novas tarifas aprovado em junho de 2021 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Spier explica que essa é uma alternativa sustentável, pois é uma fonte infinita e não poluente. Também é benéfica economicamente, em que o retorno do investimento pode ser percebido logo no primeiro mês após a instalação. Além disso, os equipamentos têm vida útil longa, os inversores possuem garantia que variam de 5 a 12 anos, conforme marca e modelo, já os módulos 25 anos e possuem baixo custo de manutenção.
Uma empresa que gasta, em média, R$1 mil em energia elétrica por mês, conseguiria reduzir a conta para aproximadamente R$150 com o sistema fotovoltaico, mantendo apenas o pagamento das tarifas mínimas da concessionária. Para atender a esse consumo, seria necessária a instalação de um sistema com cerca de 24 painéis e investimento próximo a R$ 40 mil. Se esse valor for financiado em 60 vezes com taxa de juros de 1% ao mês, a parcela será de R$ 889,78, que, somada às tarifas mínimas pagas à concessionária, equivale ao gasto médio mensal de R$ 1 mil. Após cinco anos, o financiamento será quitado e o sistema continuará gerando energia limpa e renovável por décadas, exigindo apenas o pagamento das tarifas à concessionária.
Há três anos gerando sua própria energia
Uma das empresas adeptas à energia fotovoltaica é a Cervejaria Edelbrau, também de Nova Petrópolis. Eles se tornaram a primeira cervejaria artesanal brasileira a gerar 100% da energia consumida através de 251 placas fotovoltaicas. O sistema de energia solar tem capacidade de 87 kWp e foi instalado em 2018. Desde então, são 9,25 mil kg de CO2 que deixam de gerar anualmente, o que corresponde à emissão de gases de 61.672 km rodados por automóveis ou 225 árvores preservadas.
Além de produzir uma energia limpa e renovável, as placas solares são vantajosas economicamente. Na época, o investimento total foi de R$ 350 mil, parcelados em 100 meses. O preço atual da parcela é similar ao custo que a Edelbrau teria com energia elétrica, cerca de R$ 7 mil mensais. “Após o término do financiamento, o custo corresponderá apenas às taxas mínimas e de iluminação pública pagas à companhia de energia”, comenta o sócio Fernando Maldaner. O valor da manutenção também é reduzido, sendo necessária apenas uma limpeza semestral das placas para garantia de sua eficiência.
“Acreditamos muito na ideia de que uma empresa tem um papel de transformar e agregar valor numa sociedade. Produzir nossa própria energia sem poluir a atmosfera é uma das contribuições que podemos dar ao planeta e às futuras gerações”, finaliza Maldaner.