A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que chefiou a pasta entre 2003 e 2008, criticou duramente a postura do governo do presidente Jair Bolsonaro na COP26, que chega ao fim nesta sexta-feira (12/11), em Glasgow, em entrevista à DW Brasil. Ela afirmou que, caso houvesse preocupação real com a preservação ambiental, o Fundo Amazônia não teria sido esvaziado.
“O governo brasileiro chega à COP26 como desacreditado, como pária ambiental, sem nenhuma credibilidade para nada do que diz, porque diz e não faz. E chega nessa situação de chantagista quando não é necessário. O Brasil não pode se colocar como se estivesse fazendo um favor ao mundo”, disse.
Esta foi a primeira vez que Marina não participou da Conferência do Clima. Ela espera receber a terceira dose da vacina contra a covid-19 para voltar a participar de eventos presenciais.
A fundadora do Rede Sustentabilidade lembrou que o protagonismo exercido historicamente pelo Brasil nos fóruns ambientais internacionais foi conquistado pela apresentação de resultados. “Nós fizemos com recursos próprios, no passado, o Plano de Ação para Prevenção e o Controle do Desmatamento da Amazônia Legal, que deu a maior contribuição individual de um país para a redução de CO2 do mundo até hoje, evitando lançar na atmosfera mais de 5 bilhões de toneladas de CO2”, disse.
Na quarta-feira, uma declaração confusa do ministro Joaquim Leite na COP26 repercutiu mal. Enquanto elogiava um programa criado no governo do presidente Michel Temer, cuja verba sequer saiu do papel, Leite afirmou ser preciso reconhecer que “onde há muita floresta, há muita pobreza”. Marina reagiu com indignação.
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