Porto Alegre, sexta, 26 de abril de 2024
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Embaixador encrencado, por Ricardo Chapola; Isto É

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Fábio Guimarães Franco perdeu o cargo na embaixada do Brasil na Guiné-Bissau depois que o Itamaraty investigou a atuação de sua mulher, acusada de racismo — ela chamava os guineenses de “macacos” e dizia que eles “fediam”. EMBAIXATRIZ Shirley, ao lado do marido e embaixador Fábio Franco: deseducação e preconceito (Crédito: Divulgação)

 

 

O embaixador do Brasil na Guiné-Bissau, Fábio Guimarães Franco, perdeu o cargo de representante diplomático no país africano depois de ter sido alvo de uma investigação que apontava que sua mulher interferia nos trabalhos da embaixada sem ser funcionária do Ministério das Relações Exteriores. Shirley Carvalhêdo Franco, na verdade, é professora da Faculdade de Ciências da Informação da Universidade de Brasília (UnB) mas, mesmo assim, tinha direito até a uma sala no local de trabalho do marido. Franco voltará ao Brasil em dezembro, dois anos antes do que era previsto. Foi a primeira vez que assumiu um posto como embaixador. O diplomata perdeu o cargo que lhe garantia um salário mensal de R$ 31,8 mil e agora deve ser realocado em outro posto de menos prestígio no Itamaraty — possivelmente, em Brasília. Antes de o escândalo explodir, ele chegou a ser cotado para assumir uma função de direção no ministério e receberia por isso um bônus de R$ 13 mil no contracheque. Agora, o que se fala é que Franco integrará a divisão que trata de assuntos relacionados ao Oriente Médio.

O Ministério das Relações Exteriores começou a investigar o caso no momento em que recebeu uma série de denúncias feitas por servidores da embaixada brasileira na Guiné-Bissau, segundo as quais Shirley tinha ingerência na rotina de trabalho da representação diplomática, além de protagonizar episódios de assédio moral e de ofensas raciais aos moradores daquele país. De acordo com um desses depoimentos, a mulher de Franco teria chamado os guineenses de “macacos”, afirmado que eles “só servem para fazer sexo, e não para trabalhar”. Em outro depoimento, um funcionário contou à Corregedoria do Itamaraty que, na casa oficial do embaixador, Shirley exigia que os trabalhadores levantassem os braços ao chegar para receber borrifadas de álcool. Ao fazer isso, a embaixatriz ameaçava jogar soda cáustica em todos eles, sob o argumento de que “fediam”. Outra funcionária disse ainda que já tinha testemunhado Shirley afirmando que “usaria a chibata” para bater em membros da equipe que servia à residência oficial da embaixada.

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