“Onde já se viu ter preto nesse colégio”. “Preta desgraçada”. Rebeca paralisou quando voltou do intervalo e viu essas palavras, entre outros insultos e ameaças, rabiscadas em seu caderno sem nenhum motivo, no último dia 10 de novembro.
Em desespero, a adolescente de 14 anos, que teve o nome trocado para preservar sua identidade, arrancou as páginas e procurou um canto para chorar. Foi uma amiga que ligou para os pais dela naquele dia, sem saber como contar o que havia acontecido.
A aluna cursa o 9º ano na escola cívico-militar Sebastião Saporski, subordinado à Secretaria Estadual de Educação do Paraná, e localizada no bairro Taboão, nos limites de Curitiba, cidade onde a população negra era de apenas 20% em 2010 segundo o IBGE —no país essa porcentagem é de 56% hoje.
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