A repulsa do eleitor aos candidatos à Presidência da República nunca foi tão grande e, faltando menos de um ano para a disputa ao Palácio do Planalto, as principais campanhas têm encomendado sucessivas pesquisas para o que pode futuramente ser o antídoto contra a desilusão e o desalento do brasileiro médio com a classe política. Se no passado medições acima de 30% de rejeição eram consideradas proibitivas para quem aspirava à Presidência, hoje os presidenciáveis estão lidando com cifras de aversão que ultrapassam os 50%.
Um levantamento interno do DEM, que ainda ensaia uma pré-candidatura do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (46% de rejeição), identificou que o eleitor está hoje mergulhado em um “ambiente emocional fortemente deprimido” e que sentimentos como “vergonha”, “incerteza” e “medo” predominam quando avaliado o que o brasileiro pensa de seus governantes. Outro estudo, do Podemos, que recentemente lançou Sergio Moro ( 61% de rejeição) na corrida presidencial, detectou que o ex-juiz da Lava-Jato é relacionado negativamente à palavra “decepção”, enquanto Lula é à “corrupção” e Jair Bolsonaro, à “incompetência”.
“A rejeição não é estática. Quando a pessoa é mais conhecida, a imagem dela é mais consolidada e o trabalho de reduzi-la é mais difícil, mas não é impossível. O objetivo da campanha é diminuir a rejeição dos candidatos, melhorar a percepção do político e construir uma imagem mais positiva”, diz Márcia Cavallari, CEO do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria).
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