Foi no Bom Fim, junto à avenida Osvaldo Aranha, que se estabeleceram os bares mais simbólicos e representativos da efervescência cultural da vida noturna na cidade. Por ali passaram todas as tribos – dos hippies dos anos 1970 aos punks e darks dos anos 1980 e 90 – numa cena rock, pop e blues, movida a bebidas, conversas intelectuais e ao som de músicos e bandas locais como Giba-Giba, Bebeto Alves a astros nacionais como Rita Lee e Camisa de Vênus, que faziam shows no Auditório Araújo Vianna ou no parque. Sob os jacarandás da Redenção ou entre as palmeiras da avenida, a vagar pelas mesas dos diversos bares, lancherias e casas noturnas, os boêmios cultivaram seus melhores tempos. Quem conheceu ou já ouviu falar da Esquina Maldita, ou bebeu no Luar, comeu na Lancheria do Parque, dançou no Ocidente ou ouviu música no Escaler? Esses e outros lugares impregnaram a memória do porto-alegrense e de tantos outros, que fizeram do Bom Fim seu reduto notívago. Noite adentro ou nos fins de tarde dos domingos, o Bom Fim trará para sempre estas lembranças.
Paulo César Teixeira é autor dos livros Nega Lu – Uma Dama de Barba Malfeita, Rua da Margem – Histórias de Porto Alegre, Esquina Maldita e Darcy Alves – Vida nas Cordas do Violão. Em coautoria com o convidado especial do passeio e proprietário do emblemático bar, Antônio Carlos Ramos Calheiros, escreveu Escaler – Quando o Bom Fim era Nosso, Senhor! Atualmente, é editor do portal Rua da Margem. As vagas são limitadas e para se inscrever clique aqui. A entrada é um link de alimento não-perecível. É obrigatório o uso de máscaras e manter distanciamento durante o evento. Em caso de chuva, será transferido.