A metade do século 20 foi berço de um fenômeno musical no Rio Grande do Sul: os conjuntos melódicos. Com formações compactas, sonoridade mais suave e repertório que abraçava do samba às canções românticas, eles substituíram progressivamente as orquestras no papel de principais atrações de bailes, festas e casas noturnas. Dentre as dezenas de grupos com esse perfil na cidade, o de Norberto Baldauf foi o mais popular, bem-sucedido e longevo, permanecendo na ativa por 60 anos desde a sua estreia em uma reunião dançante na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), em 1953.
Os protagonistas iniciais dessa trajetória eram cinco caras gente-fina, a maioria com profissões paralelas: o farmacêutico Norberto Baldauf (1928-2018) no piano, o funcionário público Raul Lima (1924-2015) na guitarra e o bancário Leo Velloso (1924-1979) no contrabaixo, mais Victor Canella (1929-2000) no acordeon e Gutemberg Porto Rico (1924-1973) na bateria. Apesar da tarimba como músicos, eles não faziam ideia do quanto chegaria longe a ideia de montar uma equipe compacta e adaptável a diferentes necessidades, tocando com desenvoltura os mais variados gêneros.
A turma seria posteriormente ampliada pela inclusão do ritmista e servidor federal Fausto Touguinha (1935-2006), junto com o cantor e representante de vendas Luiz Octávio Albuquerque (1938-2013), além da troca por Wilson Baraldo (1924-1994) nas baquetas. Estava formado o time que seria um dos mais eficientes cupidos dos Anos Dourados, embalando gerações com uma trilha sonora que encorajou convites à dança e até pedidos de casamento. Boa parte dessa produção eternizada em 20 ótimos discos e transmitida em programas de rádio e TV.
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