Conheço Alessandro Castro há mais de 20 anos, como policial rodoviário federal. Não sabia que paralelamente foi professor de literatura em escolas e pré-vestibulares. Sim, me surpreendi com a informação de seu passado ligado a salas de aula e do lançamento de “Vertex, o livro do conhecimento”, obra que reúne histórias bem diferentes – mostrando o quanto ele é eclético -. Natural de Santo Ângelo, morando em Porto Alegre há quase três décadas, o autor que eu imaginava jornalista é na verdade formado em Letras, com mestrado em Machado de Assis.
Os textos de “Vertex”, vão do primeiro dia de escola a atribulada vida de um professor de literatura para alunos do Segundo Grau. Passam pelos relacionamentos na idade adulta, sempre difíceis mas pontuados com bom humor. O livro reúne dezoito histórias com feitio e temática diversas, terreno propício ao exercício literário ao qual o autor se propõe desde a primeira linha. São divididos em três grandes blocos, baseado nos assuntos explorados ao longo das narrativas. “A obra apresenta estilos variados propositalmente.”, diz ele. O autor mexe no barro do qual somos feitos e suja as mãos com uma argila mal definida e difícil de moldar. Mesmo assim, considera a tarefa prazerosa. Ao manipular essa massa através das palavras, pôde moldar sua faceta literária, não necessariamente como é, mas como a enxerga. “Regras para enquadrar nossos dramas não existem,” diz ele, “mas podemos remediar as dores do viver na medida em que surgem.”
Alguns dos contos, de tão antigos, já foram experimentados em coletâneas coletivas ou ganharam publicação através de concursos literários. Vertex é uma palavra latina e deu origem ao vocábulo vértice, que significa o ápice de uma obra, o ponto culminante. Segundo o autor, a escolha “não foi por mero acaso, ele garante que sonhou com a capa do livro. Ao acordar, consultou o significado e entendeu a mensagem: a palavra latina é o ponto culminante de um sonho de, um dia, tornar-se escritor.