Porto Alegre, terça, 26 de novembro de 2024
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'A comida não nasce no supermercado'. Desafios e oportunidades do agronegócio brasileiro pautam evento promovido pela CIC Teutônia

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Herrmann foi considerado uma das 500 autoridades mais influentes da América Latina em 2021. Foto: Leandro Augusto Hamester

“Eu sempre olho o ‘copo meio cheio’, há muita coisa positiva a nossa volta. Não temos tudo que precisamos e queremos, mas tudo faz parte de uma caminhada. Nosso país é rico, mas precisa se conectar com o mercado. Esse é o trabalho das cooperativas, dos órgãos de pesquisa”, frisou o engenheiro Agrícola, Paulo Renato Herrmann, no Almoço Empresarial promovido pela CIC Teutônia no dia 05 de maio. Ex-presidente da John Deere Brasil, em 2021 ele foi considerado uma das 500 autoridades mais influentes da América Latina.

Evento foi realizado no Auditório 03 da CIC Teutônia. Foto: Leandro Augusto Hamester

O evento ocorreu no Auditório 03 da entidade empresarial e integra programação do Dia da Indústria, celebrado no dia 25 de maio. Com o tema “O agro brasileiro: desafios e oportunidades”, Herrmann valorizou o potencial do Brasil, do Estado e do Vale do Taquari para a produção de alimentos. “Alimentamos um bilhão de pessoas ao redor do mundo. Nossa agricultura não é fruto do acaso, de sorte ou chuva na hora certa, mas da ciência, do avanço tecnológico. No entanto, apesar de toda evolução, tudo que fizemos até agora representa somente a volta de aquecimento dos pneus, numa corrida que ainda não começou”, disse, usando a linguagem da Fórmula 1 para exemplificar.

“Vai faltar comida”

De maneira muito direta, Herrmann afirmou que o mundo vai sofrer com a falta de alimentos. “A comida não nasce no supermercado. E é exatamente essa a força brasileira, de regiões como o Vale do Taquari, com genuínos produtores de alimentos, transformadores de matéria-prima. Com o crescimento da população mundial, somos nós que teremos que alimentar essas pessoas”, estima.

Para ele, não existe o pequeno produto. “Não gosto do termo agricultura familiar, está errado. O que existe é agricultura da grande e da pequena produção. O tamanho da propriedade não é relevante, mas sim o que se faz em cima dela. Obviamente que é preciso ter mercado. Temos tecnologia e produzimos de tudo, mas é preciso ter quem compre.”

Oportunidades

Citando o cultivo da soja, o palestrante valorizou que o grão abriu estradas, criou infraestrutura, interiorizou o Brasil, sendo o principal produto da balança comercial brasileira, mas é essencial observar outras oportunidades. “Temos que ter, por exemplo, autossuficiência em trigo; podemos cultivar girassol e produzir óleo, ao invés de importar; gastamos US$ 1,4 bilhão em olivas e azeite de oliva, ao invés de aproveitarmos as excelentes condições para a olivicultura.”

Referindo-se à preservação ambiental, Herrmann defendeu a consciência do produtor brasileiro. “Ele sabe que extrai da terra seu sustento, é uma regra básica, ninguém precisa dar aula de sustentabilidade ao produtor rural brasileiro. Temos capacidade de aumentar 30 milhões de hectares em grãos sem cortar uma árvore.”

Ainda frisou que há muito por ser feito em termos de segurança alimentar (quantidade), segurança do alimento (qualidade) e sustentabilidade. “Isso está no DNA do Vale do Taquari”, classificou.

Desafios

Analisando o atual cenário, Herrmann mencionou os desafios mundiais para o agronegócio: efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia, levando à escassez de fertilizantes, por exemplo; o preço dos combustíveis e das commodities agrícolas. “Vivemos um momento de transição, de discutir o que vai ser feito. Por outro lado, a crise faz a gente repensar, encontrar novas soluções, tempos de oportunidades e negócios. A sociedade só avança na crise”, concluiu.

Valor do agro teutoniense

Herrmann; Scheffler; Cardoso; e Kist. Foto:CIC

Na abertura do evento, também fez uso da palavra o representante da Sicredi Ouro Banco, Jairo Sperotto, que falou em nome dos patrocinadores. “O Almoço Empresarial é uma oportunidade de aprendizado, e o tema agronegócio é impactante e relevante para o Sicredi, cujas operações feitas com agricultores da agricultura familiar representam mais de 80%.”

O presidente da CIC, Airton Roque Kist, igualmente valorizou o agronegócio para Teutônia. “O setor primário representa aproximadamente 35% da nossa economia.”

Já o presidente da Federasul, Anderson Trautman Cardoso, parabenizou o município pela força do agro. “De fato estamos no ‘vale dos alimentos’. No Estado, 40% da economia está atrelada ao agronegócio, com esta região e Teutônia tendo importante participação nesse processo.”

Dia da Indústria

Além do Almoço Empresarial, a programação da 3ª edição do Dia da Indústria promovida pela CIC terá workshop com o tema “Revolução Digital”, igualmente com o patrocínio das cooperativas Certel, Languiru e Sicredi.

O evento será no próximo dia 11 de maio, a partir das 19h15min. Realizado no formato online por meio da plataforma Zoom, o palestrante será o gestor de inovação, transformação digital e tecnologia da empresa Piccadilly Company, Rafael Fossati Fritsch.

Inscrições, gratuitas, podem ser realizadas pelo e-mail vendas@cicteutonia.com.br ou pelo WhatsApp (51) 99250-1992. As vagas são limitadas.