Porto Alegre, quarta, 27 de novembro de 2024
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A fotografia do descaso; Isto É

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Levantamento da Confederação Nacional de Municípios aponta que há mais de 6.900 obras paradas no País, ao custo de R$ 9,3 bilhões. O orçamento secreto, aprovado pelo Centrão com o apoio de Bolsonaro, tende a aumentar as paralisações. POSTO DE SAÚDE Obras para ampliação do posto de saúde em Capitólio (MG)

 

 

Cravado no Norte do Paraná, o município de Jacarezinho sintetiza o problema endêmico da descontinuidade de obras federais no País. Na pacata cidade, que abriga 39.268 pessoas, a população aguarda há mais de uma década pela conclusão do sistema de esgoto. As benfeitorias foram planejadas para atender um bairro onde moram mais de 2 mil pessoas, com a construção de uma estação de tratamento. A papelada saiu em 2009, mas a obra se arrasta desde então. “Quando cheguei, em 2020, esse caso existia já havia muito tempo. O principal problema era que o governo federal simplesmente não pagava. Foi muito difícil negociar”, explica o prefeito Marcelo Palhares.

O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Wagner Rodelli Bergamaschi, conta que as obras ficaram totalmente paralisadas por mais de sete anos em razão da falta de repasses. Em meio ao imbróglio, três empresas chegaram a rescindir o contrato. Após muitas cobranças, no final do ano passado, a Funasa liberou a verba de R$ 1,3 milhão necessária para a conclusão do sistema. A construção, no entanto, ainda deve levar mais quatro meses. E esse não é o único trabalho paralisado no município. A Prefeitura aguarda há dois anos R$ 350 mil do FNDE para retomar a reforma de uma escola rural. “Com o passar do tempo, as obras que são iniciadas e não têm conclusão vão se deteriorando. Alguns materiais são roubados, e o município acaba tendo de tirar mais dinheiro do bolso do que o previsto”, pontua Bergamaschi.

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