Com uma manifestação de “mea culpa por não ter feito o encontro antes” por parte do secretário de Parcerias do Estado, Leonardo Busatto, a reunião do governo com o Coletivo Cais Cultural Já para tratar da ocupação do Cais Mauá, em Porto Alegre, foi realizada na quinta-feira passada. O grupo apresentou sua proposta alternativa para a área, elaborada ainda no ano passado em conjunto com grupos de pesquisa da Ufrgs, em que sugere a alienação do setor das docas (perto da Rodoviária) e destinação do recurso a um fundo para a reforma e manutenção dos armazéns.
A proposta não será acatada. Busatto sustenta o modelo de parceria público-privada que será levada a cabo pelo governo nos próximos meses para a concessão do Cais. Orientado pelo BNDES, com quem tem parceria para estudos de desestatizações e concessões, o secretário diz que o modelo como o proposto pelo coletivo foi considerado e descartado. Isso porque “uma premissa do governo é a retirada do muro da Mauá, o que encarece o projeto”. A gestão não abre mão de liberar o acesso onde hoje se encontra a barreira de concreto.
Em relação ao Coletivo Cais Cultural Já, mesmo sem acolher a ideia central da proposta alternativa, Busatto abriu a possibilidade de incorporar ao edital uma das demandas do grupo e vincular ao contrato que alguns armazéns serão destinados ao setor cultural. Embora o masterplan assinado pelo escritório Dal Pian Arquitetos indique outros usos possíveis, o projeto arquitetônico e urbanístico é somente referencial e não implica ao futuro concessionário obrigação de segui-lo.
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