Porto Alegre, terça, 26 de novembro de 2024
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Financiamento de campanha é gargalo para negros e mulheres na política, por Tayguara Ribeiro, Uirá Machado e Fernando Pedroso/Folha de São Paulo

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Negros e mulheres recebem menos dinheiro do que brancos e homens durante o período eleitoral. A deputada Talíria Petrone no corredor de comissões da Câmara dos Deputados - Gabriela Biló / Folhapress

 

 

Campanhas eleitorais são caras, mesmo na era digital. A quantidade de dinheiro que cada candidato usa depende de variáveis como cargo em disputa, estrutura do partido e influência dentro da legenda. Na média, porém, depende também de dois fatores em tese sem relação com isso: raça e gênero.

A diferença é expressiva. Em 2014, candidatos brancos que declararam recursos na disputa para deputado federal conseguiram, em média, R$ 399 mil para financiar suas campanhas. Os candidatos negros tiveram um terço desse valor: R$ 138 mil.

Em 2018, após mudanças nas regras, como a que barrou o financiamento por empresas, essas cifras médias ficaram menores, mas a disparidade permaneceu elevada: R$ 251 mil para os brancos e R$ 110 mil para os negros.

Quando se acrescenta o gênero na equação, a desigualdade na distribuição de recursos aumenta ainda mais. Em 2014, mulheres negras que concorreram a uma cadeira na Câmara dos Deputados declararam, em média, R$ 45 mil. Os homens brancos tiveram mais de dez vezes esse valor: R$ 486 mil.

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