A bancada evangélica quer isolar politicamente a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, da Igreja Presbiteriana, e dos pastores-lobistas Arilton Moura e Gilmar Santos, da Assembleia de Deus Cristo Para Todos. Aliada de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, a Frente Parlamentar Evangélica admite o desgaste que o escândalo traz para a campanha à reeleição. Seus integrantes se dizem “constrangidos” com o caso protagonizado por evangélicos, mas pretendem manter o apoio a Bolsonaro e ajudar na reação do Palácio do Planalto, temerosos com a repercussão negativa entre os fiéis.
O escândalo do gabinete paralelo operado por pastores sem cargo no Ministério da Educação, revelado pelo Estadão em março, agora ganhou a chancela oficial da Polícia Federal (PF), que citou suspeitas de que os alvos tenham cometido quatro crimes: corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa.
Apesar de ser evangélico, o ministro não era um apadrinhado da bancada. Tampouco os pastores Arilton e Gilmar tinham relações políticas com a frente. O ex-ministro ingressou no governo com articulação do hoje ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça, segundo deputados que tiveram outros indicados preteridos. Logo ao perder o cargo, Ribeiro recebeu socorro em público da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, mas não da bancada. “Deus vai provar que ele é uma pessoa honesta”, afirmou Michelle.
Leia mais em O Estado de São Paulo