A Sondagem Industrial, pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nessa quarta-feira (29), trouxe como respostas positivas, em maio, o 23º aumento consecutivo do emprego, o ajuste parcial dos estoques e o maior otimismo para a demanda. Em contrapartida, a intenção de investir foi o destaque negativo. Embora tenha permanecido acima dos 50 pontos, revelando empresas ainda dispostas a manter seus investimentos, esse desejo caiu. “O menor acúmulo de estoques é uma boa notícia, mas, ao mesmo tempo, a instabilidade econômica e a incerteza em relação ao futuro prejudicam o planejamento das empresas, fazendo com que algumas revejam seus planos de investimento. Esse movimento é, de certa forma, recorrente em períodos eleitorais”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
O índice de evolução da produção ficou em 51,8 pontos na Sondagem, indicando alta da produção, em maio, na comparação com abril. Da mesma forma, o número de empregados foi de 52,4 pontos. Os índices variam de zero a cem, sendo que acima dos 50 pontos expressam aumento em relação ao mês anterior.
A Sondagem mostrou também a indústria gaúcha, no mês passado, utilizando 72% da sua capacidade instalada (UCI), um ponto abaixo de abril, mas 3,5 acima da média histórica do mês. Os empresários, contudo, a consideraram inferior ao nível normal para maio, conforme demonstra o índice de UCI em relação ao usual, que ficou em 47,1 pontos, inferior a 50. Vale destacar que a UCI esteve mais próxima do nível usual do que em abril, quando o índice foi de 44,3 pontos.
Já os níveis de estoques de produtos finais, apesar de continuarem altos, se aproximaram do planejado pelas empresas. O índice caiu de 53,9 para 51,6 pontos no período, mais perto da marca de 50 que indica ajuste.
PERSPECTIVAS – Para os próximos seis meses, a perspectiva dos empresários é de maior demanda e mais empregos. Todos os índices de expectativa, que estavam acima da linha de 50 pontos em maio, cresceram na pesquisa realizada, entre 1º e 9 de junho, com 200 empresas (46 pequenas, 66 médias e 88 grandes). Isso significa que a projeção de crescimento ficou mais forte e disseminada entre as empresas consultadas. O índice de expectativa para demanda foi o que registrou o maior valor em junho: 58 pontos, um aumento de 3,7 ante maio. Já o de compras de matérias-primas registrou a maior alta, de 52 pontos, para 57,1. O de exportações passou de 53,4 para 54,1 pontos e, o de número de empregados, de 52,2 para 52,8.
Mesmo com este maior otimismo, o índice de intenção de investimentos da indústria gaúcha para os próximos seis meses ficou em 55,1 pontos, queda de 4,5 na comparação com maio. O indicador varia de zero a cem e quanto maior, melhores as chances de as empresas investirem. Mesmo assim, segue acima da sua média histórica de 50,9 pontos, denotando intenção de investir ainda elevada. Em junho, 58% dos empresários mostram intenção de investir nos próximos seis meses. Em maio, eram 65,7%.