Uma das Casas noturnas mais tradicionais de Porto Alegre completa, neste mês de julho, 30 anos: o Bar do Nito (Av. Coronel Lucas de Oliveira, 103, bairro Auxiliadora).
Nestas três décadas de atividades ininterruptas, o Bar do Nito se consolidou como o reduto do samba e da Música Popular Brasileira, com shows ao vivo, espetáculos teatrais e, agora, exposição de arte.
Para marcar os 30 anos, a Casa inaugura na próxima quarta-feira, 6 de julho, a exposição Ô, Sorte! – Retratos da MPB, do consagrado fotógrafo Daniel Marenco. Em
Ô, Sorte!, Marenco reúne uma seleção de fotografias, realizadas ao longo de sua carreira, de grandes artistas da Música Popular Brasileira, como Gilberto Gil, Maria Bethânia, Chico Buarque de Holanda e Paulinho da Viola.
A exposição estará aberta para o público a partir da próxima quinta-feira, 7, sempre de quintas à sábados, das 18h às 21h, com entrada franca.
A HISTÓRIA
A trajetória do Bar do Nito começa em julho de 1992, quando Nerci Padilha, o Nito, que tinha um pequeno bar no centro de Porto Alegre, resolve expandir e assume a Casa na Avenida Coronel Lucas de Oliveira, esquina com a Rua Felipe Neri. O local já havia abrigado dois outros bares na década de 80 (Absinto e The Post).
O Bar rapidamente virou o reduto da boemia da Capital e, de cima do palco, Nito administrava o estabelecimento e defendia o melhor da Música Popular Brasileira, bossa nova e samba.
Difícil encontrar outro espaço em Porto Alegre em que se possa ouvir Cartola, Tom Jobim, Vinicius, Lupicínio, João Nogueira e outros ícones da MPB.
Em 2011, Nito passa o bastão para Fernando Waschburger e outros dois sócios, clientes assíduos do Bar, que mantêm não só o nome e a proposta original da Casa, mas também o próprio Nito, como músico.
Com o tempo, Waschburger acabou por assumir sozinho o Bar e transformou a esquina da música brasileira em um ambiente com maior diversidade, recebendo outras manifestações artísticas, outros músicos e mais espaço para o samba de raiz. E, em 2017, abre suas portas para espetáculos teatrais, sendo inclusive um dos palcos do Porto Verão Alegre.
O FOTÓGRAFO – Daniel Marenco
Com larga trajetória no fotojornalismo e na fotografia documental, Marenco passou pelas redações dos maiores jornais do país e por diversos assuntos, especialmente a cultura. Foi finalista do Prêmio Esso, por duas vezes: em 2009, com o especial sobre o Presídio Central de Porto Alegre e, em 2015, com uma dupla indicação, pelas fotos Terremoto em Katmandu, publicada na Folha de São Paulo, e Marcado a ferro e fogo, capa do jornal O Globo. Esteve perto dos últimos quatro presidentes do país, também cobriu intensamente as manifestações de 2013 e o processo de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. Documentou tragédias, como a de Mariana e Brumadinho, e eventos internacionais, que vão desde os Jogos Pan-Americanos at& eacute; o terremoto no Nepal ou a desmobilização da Missão de Paz no Haiti. Marenco se caracteriza por uma fotografia contundente e muito autoral em seu trabalho.