Porto Alegre, sábado, 23 de novembro de 2024
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RS: Presidente da Calçados Beira Rio, Roberto Argenta, palestra na CIC Teutônia horas antes de ser lançado ao Palácio Piratini

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Roberto Argenta falou na CIC antes de ser oficalizado como candidato ao Piratini. Foto: Leandro Augusto Hamester

A CIC Teutônia realizou nesta quinta-feira, a quarta edição do Almoço Empresarial de 2022,  o convidado especial foi o presidente da Calçados Beira Rio, Roberto Argenta, que abordou o tema “Como empreender com sucesso”.  Horas mais tarde, no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, ele foi anunciado como candidato ao governo do Estado nas eleições de outubro, pelo Partido Social Cristão (PSC) . Nas boas-vindas, em Teutônia, o presidente da entidade empresarial, Airton Roque Kist, valorizou o trabalho associativo e a importância dos 555 associados, reforçando a relevância do setor calçadista para a economia teutoniense. “As indústrias de calçados e seus ateliers correspondem a cerca de 15% da mão de obra ativa local. O calçado é muito representativo, com geração de empregos, renda e desenvolvimento econômico e social”, disse.

Na sua fala  ainda como presidente da Calçados Beira Rio, Roberto Argenta foi enfático: “o Estado era destaque no Sul do Brasil, mas hoje olhamos o Paraná e Santa Catarina a nossa frente”. Para ele, uma das soluções está na agregação de valor, especialmente à matéria-prima produzida no campo. “O exemplo vem de Santa Catarina, com trabalho forte no agro que agrega valor. O Rio Grande do Sul deixou um pouco de lado a industrialização, as agroindústrias, setores que geram muitos empregos.” Ele também questionou a morosidade dos serviços públicos. “A nossa burocracia pública é um grande atraso para o Estado, por isso estamos perdendo espaço. Isso precisa ser quebrado.” Por outro lado, lamentou a falta de infraestrutura e a burocracia. “Sim, é uma carência, mas ao mesmo tempo uma oportunidade. Investimentos em rodovias, por exemplo, geram empregos e desenvolvimento, e há capital internacional interessado em investir no Brasil”, elencou, ponderando que “ainda que tenhamos investidores, o comando deve ser nosso”, quando referiu-se ao aporte de capital estrangeiro.

Argenta destacou que a tecnologia de produção de alimentos brasileira é reconhecida mundialmente, com tendência de crescimento. Também falou da importância de manter canais comerciais com a China. “Hoje, eles são a maior potência mundial. Mas, o Brasil é ‘a bola da vez’ em desenvolvimento econômico e social. Um de nossos grandes diferenciais, além da produção de alimentos, é a cultura humanista: não temos inimigos, o brasileiro é bem-visto em qualquer parte do mundo.”

O palestrante defendeu estratégias de retenção da mão de obra qualificada no RS. “Nosso profissionais estão optando em ir para outros estados em busca de oportunidades. Precisamos investir em escolas técnicas e fomentar o primeiro emprego para nossos jovens. Precisamos olhar e ver no que estamos errando, ‘descer do cavalo’ e ver quanto tempo já perdemos. Nos faltam estradas, educação, saúde, segurança.”

A Calçados Beira Rio é uma das maiores empresas calçadistas do Brasil e do mundo, exportando para mais de 95 países e gerando, direta e indiretamente, mais de 25 mil empregos. Todas as suas unidades fabris estão no Rio Grande do Sul. Usando como exemplo a empresa que preside, Argenta enalteceu o investimento nas pessoas, a dedicação no trabalho e foco na qualidade. “Formar boas equipes deve ser uma preocupação diária, acompanhando os avanços tecnológicos. Quem faz qualidade são as pessoas”, frisou, destacando também o planejamento, independente do ramo de atividade, e enumerando algumas dicas para o sucesso pessoal e profissional.

Além do ramo calçadista, Argenta possui outros empreendimentos, como cultivo de oliveiras e infraestrutura de hotéis e centros de convenções. “O RS possui inúmeras oportunidades de desenvolvimento econômico. A produção de azeite é um desses exemplos. Precisamos evoluir o conceito de produção primária, fazer com que o produtor ganhe mais no interior, para termos sucessão nas famílias do campo. Menos política e mais ação concreta de geração de empregos.”