Porto Alegre, quarta, 27 de novembro de 2024
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Argentinos buscam comidas e roupas em lixões em meio a inflação recorde e aumento da pobreza/O Estado de São Paulo

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Taxa de inflação anual foi de 83% em setembro, o pior patamar desde a época da hiperinflação, mas aumento nos alimentos e vestuário já ultrapassa 100%. Recicladores examinam montes de lixo em um aterro sanitário para papelão, plástico e metal, que vendem em turnos de trabalho de 12 horas, em Lujan, arredores de Buenos Aires, em 5 de outubro Foto: Agustin Marcarian/Reuters

 

 

A Argentina caminha para uma taxa de inflação de 100% este ano, com alguns alimentos já ultrapassando esta variação anual. O resultado é o número cada vez maior de argentinos vasculhando em lixões e locais de troca por produtos como roupas, papelão e demais materiais para venda.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) da Argentina, a inflação em setembro foi de de 6,2%. No acumulado do ano, a taxa ficou em 66,1% e, nos últimos 12 meses, em 83%, o pior patamar desde dezembro de 1991, quando atingiu 84%, segundo dados oficiais. As projeções para o ano de 2022 já passam dos três dígitos. Com isso, o país registra aumento de preços a níveis semelhantes ao período de hiperinflação por volta dos anos 1990.

A agência Reuters visitou lixões nos arredores de Buenos Aires, onde encontrou pessoas procurando roupas utilizáveis, materiais recicláveis para venda e até comida. “Minha renda não é mais suficiente”, disse Sergio Omar à agência, um argentino de 41 anos que estava procurando materiais recicláveis em um aterro sanitário em Lujan, a 65 km da capital. Com cinco filhos, ele contou que ficou difícil manter a sua família frente ao aumento no preço dos alimentos.

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