Porto Alegre, quarta, 27 de novembro de 2024
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O pai do Patinho Feio, por Duda Ventura/Isto É

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Criadores do primeiro computador feito no Brasil, em um laboratório da Poli, na USP, em 1972, celebram o aniversário de sua invenção — mas também lamentam a falta de incentivo à engenharia no País. Ainda moderno: o professor Antônio Hélio, que chefiou o projeto do computador brasileiro, é atualizado em relação às tecnologias digitais

 

 

Como se imagina a casa da pessoa que liderou a construção do primeiro computador do Brasil? Fios coloridos e mesas com peças de metal por todos os cantos podem ser a primeira imagem que vem à mente. O lar de Antônio Hélio Guerra Vieira, porém, é cheio de quadros, flores e sofás confortáveis, bem longe da imagem que o título de professor da Escola Politécnica de São Paulo carrega.

Vieira liderou o grupo que desenvolveu o computador Patinho Feio, fruto de trabalho intenso e engenhosidade que, em 1972, reuniu professores, estudantes e estagiários da USP na criação da tecnologia que ainda não existia no Brasil. Edith Ranzini foi uma das alunas que participaram da construção e explica que construir um computador era um exercício de um laboratório específico de Engenharia Elétrica: “Nós íamos nos tornar professores, então precisávamos colocar em prática essa tecnologia que estava surgindo no mundo”.

Na época, os envolvidos trabalhavam no Laboratório de Sistemas Digitais, um nome que brincava com a sigla LSD, denominação do ácido lisérgico consumido desde alguns anos antes, difundido pela contracultura americana. O grupo do LSD fazia “viagens” tecnológicas e enfrentava dois problemas: falta de incentivo financeiro e de professores capacitados para ensinar essa nova técnica. Por isso, o professor Hélio procurava trazer especialistas norte-americanos que já estavam habituados a essas ferramentas para conversarem com seus alunos.

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