A estiagem foi o fenômeno climático que mais afetou o Rio Grande do Sul nos últimos anos. Somente entre 2017 e 2021, foram registrados 2.265 episódios, em decretos publicados pelas prefeituras de 464 dos 497 municípios gaúchos. Os dados constam no inédito documento “Desastres Naturais no RS: estudo sobre as ocorrências no período 2003 – 2021”, produzido pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, do governo do Estado, e justificam a atenção destinada ao tema durante a última campanha eleitoral ao Palácio Piratini.
Não por acaso, quase 40% dos 16 tópicos listados como prioritários para o agronegócio no plano de governo do então candidato Eduardo Leite (PSDB) para os próximos quatro anos eram relacionados ao enfrentamento da escassez hídrica nas lavouras. Em seis itens, o agora governador reeleito fazia referência direta ou indireta à necessidade de melhorar a reserva de água para a atividade agrícola.
Estudo da assessoria econômica da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul) estima o tamanho dos reflexos da seca verificada na safra 2021/2022 no Estado dentro e fora da porteira das propriedades rurais. Somados os efeitos sobre o agro, a indústria, os serviços e impostos, o prejuízo chegou a R$ 115 bilhões no período, aponta o estudo. “O tema da irrigação está sempre em pauta. E fica potencializado agora, depois de duas safras prejudicadas por falta de chuvas. Investir em irrigação é oferecer possibilidades de reduzir os riscos climáticos e o impacto da estiagem”, avalia Marcelo Camardelli, coordenador da Comissão de Meio Ambiente da Farsul.
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