O presidente eleito e, a partir de amanhã, diplomado no cargo pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dará sequência, nesta semana, à montagem de sua equipe de governo. Depois de anunciar os primeiros nomes de ministros, na sexta-feira passada, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa a revelar o resultado da delicada divisão de poderes entre o amplo leque de forças políticas que o apoiam ou ainda demonstram interesse em integrar a base do governo que assume em 1º de janeiro de 2023. Diferentemente de seus dois governos anteriores (2003-2006 e 2007-2010), quando contou com a ajuda do MDB para compor uma base de governabilidade com os partidos de esquerda, Lula, agora, prepara um gabinete diverso, em que as forças mais conservadoras da aliança terão peso proporcional à importância na vitória eleitoral de outubro. Derrotados os antagônicos do bolsonarismo, chegou a hora de acomodar os divergentes.
É como um quebra-cabeça, que só se resolve com o encaixe perfeito das peças. Neste fim de semana, o presidente eleito se debruça a fechar a nova configuração da Esplanada dos Ministérios, definindo quantas pastas o Poder Executivo terá. Algumas, como a dos Povos Originários (que poderá ser uma secretaria com status de ministério), atendem a compromissos com os movimentos sociais, com os quais o PT e os partidos de esquerda têm compromisso. Mas, a maioria está sendo pensada de forma a alocar representantes tanto do campo progressista quanto do campo conservador que está se incorporando à base de governabilidade.
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