Porto Alegre, quarta, 27 de novembro de 2024
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Inéditos de João Gilberto Noll viram livro; Correio do Povo

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O artista, morto em 2017, embora escritor, também foi um grande compositor de noturnos. Na sua melancolia melódica e no seu delicado lidar com a escuridão, João Gilberto Noll soube tratar, desde os primeiros contos e romances, desses "lugares de dentro" | Foto:

 

 

Os noturnos do século 16 eram peças clássicas tocadas ao piano e inspiradas pela noite. Feitas por melodias aparentemente simples, são montadas sobre arpejos que, quando bem executados, são capazes de traduzir o mundo inconsciente a que temos acesso somente nesse momento de treva do sono.

João Gilberto Noll, morto em 2017, embora escritor, foi um grande compositor de noturnos. Na sua melancolia melódica, no seu delicado lidar com a escuridão, soube tratar, desde os primeiros contos e romances, desses lugares de dentro. A literatura tem muitos desses noturnos. Em “Noturno à Janela do Apartamento”, de Carlos Drummond de Andrade, o verso “Triste farol da ilha rasa” consubstancia na palavra poética de um eu lírico melancólico de tão consciente uma vaga esperança. Essa escuridão iluminada na névoa por um triste farol é também o que se constrói na leitura de Educação Natural, últimas narrativas de Noll. São vinte e seis contos e o trecho de um romance inacabado, precisamente comentados em um ensaio final pelo organizador do livro, Edson Migracielo.

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