Porto Alegre, quarta, 27 de novembro de 2024
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Risco fiscal pode fazer juro baixar só em 2024 e travar o crescimento do PIB, dizem analistas, por Luiz Guilherme Gerbelli/O Estado de São Paulo

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Em sua 252ª reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 13,75% a.a. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

 

A incerteza fiscal provocada pelas sinalizações do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode fazer com que a economia brasileira caminhe para anos de baixo crescimento. Parte do mercado financeiro já começa a projetar que uma queda da Selic – atualmente em 13,75% ao ano – deve ocorrer apenas em 2024. No ano que vem, se houver um corte, ele será mais brando do que se previa há algumas semanas, dada a nova conjuntura.

Nas últimas semanas, a preocupação com as contas públicas ficou evidente com a disparada dos juros futuros. Na prática, empresas e bancos, sobretudo os de médio porte, já pagam mais para captar recursos. O investimento, portanto, está mais caro, o que afeta o desempenho econômico do País. Sem uma reversão nas expectativas, o custo do crédito para as famílias também deve subir.

“Eu temo que (esse movimento) não reflita apenas as discussões em torno da chamada PEC da Transição”, diz José Julio Senna, ex-diretor do Banco Central e chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

“Eu acho que também está refletindo uma expectativa de política econômica para os próximos anos. Se o pensamento é de que mais dispêndio público é que promove crescimento, isso é compatível com políticas de estímulos de outra natureza também. Vamos voltar a ter juros subsidiados para expandir a demanda? É uma dúvida”, acrescenta.

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