A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, diz que o plano de ajuste de fiscal anunciado na semana passada é a “cara” de onde o governo Lula quer chegar para reverter o rombo das contas públicas. Ao Estadão, Tebet admite que o plano é insuficiente e que mais “alguns” terão de ser anunciados. Ela explica, porém, que as primeiras medidas fazem parte de um “combo” junto com a criação de uma nova regra fiscal e a aprovação da reforma tributária.
“É o ano de votar a reforma tributária. Ou é agora ou é nunca”, diz ela, que antecipa que trabalhará “nas horas vagas e depois do expediente” no Congresso para aprovar a reforma no sistema tributário junto com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a quem chama de “ministro-chefe” da equipe econômica.
Tebet diz que um rombo de 2% do PIB nas contas públicas é “inconcebível” e que o grande recado do início do governo Lula foi justamente mostrar a preocupação em reverter esse quadro. Ele diz que a prioridade é reconstruir o planejamento e Orçamento no médio prazo. Hoje, afirma, o Orçamento é um “elefante lento e pesadão”. Ela reconhece, porém, que sua atuação na revisão de gastos tem um “limite”: a agenda política de Lula. “Dentro desses limites, nós vamos fazer o que é possível”, diz ela, que defende um novo arcabouço fiscal com uma regra de controle de gastos.
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