Porto Alegre, quarta, 27 de novembro de 2024
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Porto Alegre: Saúde terá programação voltada ao Dia Nacional da Visibilidade Trans

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Atendimento em grupo está entre as abordagens usadas no Ambulatório Trans, na Capital. Foto: Cristine Rochol/ PMPA

 

 

 

O Dia Nacional da Visibilidade Trans, 29 de janeiro, tem o significado da luta por direitos, debates e reflexão, levando em consideração que essa é uma população vulnerável. Para debater assuntos relacionados ao tema, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) irá realizar seminário nos dias 26 e 27, na Universidade Federal de Ciências da Saúde (UFCSPA). As inscrições podem ser feitas até o dia 27 neste link. A programação é voltada a profissionais da saúde e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). As vagas são limitadas à capacidade do auditório.

Para Gabriela Tizianel, coordenadora do Ambulatório T, localizado no Centro de Saúde Santa Marta, é importante estabelecer um momento para se pensar em visibilidade trans. “Estamos falando de uma população que é constantemente invisível e excluída, tanto no cotidiano quanto nos espaços públicos”. A invisibilização, nesse sentido, faz com que essas pessoas tenham dificuldade de acessar direitos básicos como saúde, educação, segurança e o mercado de trabalho. “O ambulatório é o início de uma tentativa de reduzir a desigualdade na saúde”, explica Gabriela.

Jordana Machado Lange, 18, é paciente do ambulatório há seis meses e em breve começará sua hormonização, oferecida no local. Para além de acompanhamento em saúde, ela conta que, no espaço, encontrou uma família, onde se pode compartilhar e trocar experiências de vida que, muitas vezes, não é possível em outros ambientes. A família a qual ela se refere está no grupo de apoio realizado uma vez por semana, quando os assuntos são trazidos de forma livre, não somente sobre questões voltadas a gênero e sexualidade.

Em 2018, durante lançamento da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 11), a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a transexualidade do capítulo de doenças mentais. A classificação aconteceu 28 anos depois da decisão de retirar o termo homossexualidade da lista de doenças, no dia 17 de maio de 1990.

O 1º Seminário pela Visibilidade Trans: Avanços e Desafios para a Rede Equitativa em Saúde é realizado pela Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

Programação:

26/01 – 8h30 às 12h – 13h às 17h30

– Retrospecto e análise do contexto atual
– O atendimento ambulatorial e hospitalar às pessoas trans e travestis: repensando a assistência e o acesso além do modelo do processo transexualizador
– Saúde mental e violências: a transfobia institucional e a invisibilidade como instrumentos de adoecimento psíquico

27/01- 8h30 às 12h – 13h às 17h30
– Infâncias trans e intersexo: como estamos cuidando de nossas crianças que fogem a cisheteronormatividade?
– Particularidades e especificidades no atendimento de pessoas trans e travestis

Vinculados à Secretaria Municipal de Saúde, os dois Ambulatórios Trans disponibilizam atendimento integral para homens e mulheres trans e travestis e pessoas não-binárias residentes em Porto Alegre – consultas, exames, hormonização, grupo de convivência, acolhimento e encaminhamentos.

Ambulatório Trans Centro:
Centro de Saúde Santa Marta (rua Capitão Montanha, 27, 1º andar – Centro Histórico)
Atendimento de segunda a sexta-feira, das 13h às 19h
WhatsApp (51) 9506-9632

Ambulatório Trans Zona Sul:
Clínica da Família Álvaro Difini (rua Álvaro Difini, 520 – Restinga)
Atendimento sextas-feiras, das 8h30 às 12h30