Porto Alegre, domingo, 22 de setembro de 2024
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Nova matriz desenvolvimentista. Governo Lula parece querer seguir a cartilha que deu errado na era Dilma e produziu graves efeitos na economia brasileira, por Celso Ming/O Estado de São Paulo

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O PT e os partidos de esquerda da base do governo já não querem apenas a derrubada dos juros e o fim da autonomia do Banco Central (BC). Querem o que chamam de política econômica desenvolvimentista.

Se o presidente Lula for adiante nessas intenções haverá consequências, com probabilidade de que se transforme num tiro no pé do governo.

Política desenvolvimentista é uma coisa vaga. A ideia é alavancar crescimento econômico e criação de empregos sem apego ao equilíbrio das contas públicas. Pressupõe sempre mais despesas do governo e, portanto, despejo de dinheiro público – de maneira a puxar pelo aumento do consumo e da atividade econômica. Esse ambiente é incompatível com juros altos, não só porque encareceriam o crédito e os investimentos, mas porque juro alto só existe com escassez de moeda.

Explicando melhor: juro é um dos preços do dinheiro (o outro é o câmbio), que está sujeito à lei da oferta e demanda. Dinheiro em abundância derruba o preço do dinheiro, ou seja, os juros. Dinheiro curto aumenta os juros. A política monetária do BC se resume a tirar dinheiro do mercado (aumentar os juros) quando a inflação é alta e deixar que ele aumente quando a inflação é baixa.

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