“Röstigraben” e “Polentagraben” são expressões que os suíços utilizam para explicar numa única palavra as divergências culturais, por vezes muito marcadas, entre as diferentes regiões linguísticas. Esses termos foram cunhados principalmente para realçar a diferença de comportamento entre os suíços de língua francesa, italiana e alemã durante as votações federais.
Quem vive na Suíça sem dominar os idiomas locais geralmente conhece algumas expressões tipicamente suíças, normalmente em alemão, que são compreendidas por todos. Isso significa que a cultura popular criou uma espécie de língua comum a todas as realidades linguísticas do país. Não se trata do “suíço”, uma língua que não existe (embora na minha juventude frequentemente me pedissem para falar suíço na Itália…), mas de expressões idiomáticas simples que são conhecidas por todos e que não têm tradução para outras línguas.
Esse longo preâmbulo foi para falar sobre as fronteiras culturais entre as comunidades de língua alemã, francesa e italiana na Suíça, que são desenhadas por batatas e pela polenta. Embora ninguém fora da Confederação acredite que o país tenha ou possa ter uma tradição culinária (claro que tem!), as fronteiras entre as três principais comunidades linguísticas do país são designadas por metáforas gastronômicas.
Você conhece o rösti? Trata-se de um prato popular e tradicional da Suíça de língua alemã, feito à base de batatas. É um bom acompanhamento para carne de vitela picada à moda de Zurique ou para salsicha de vitela com molho de cebola (veja a foto), mas também é delicioso como prato principal em suas muitas variantes. Cada cantão de língua alemã, cada região, tem sua própria receita.
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