Porto Alegre, segunda, 25 de novembro de 2024
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‘Você vai numa casa noturna e mulher não paga. Quem é o produto? A mulher’, diz empresário da noite, por Luciana Garbin e Carolina Ercolin/O Estado de São Paulo

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À frente de bares e casas noturnas badalados de São Paulo, Facundo Guerra defende restrições à oferta de entrada ou bebida alcoólica gratuita exclusivamente ao público feminino e a áreas VIPs sem monitoramento para evitar abusos. Entrevista com Facundo Guerra, empresário da noite. O empresário Facundo Guerra defende mudanças no tratamento às mulheres Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

 

 

Se uma denúncia de estupro como a feita contra o jogador Daniel Alves na Espanha ocorresse em um bar no Brasil, o estabelecimento estaria preparado para dar apoio à vítima? O governo de São Paulo sancionou nos últimos dias duas leis que obrigam bares, restaurantes e casas noturnas a auxiliar a mulher em risco e a capacitar funcionários para combater assédio e violência. Mas, para o empresário Facundo Guerra, a questão de como evitar abusos na noite e em festas é muito mais desafiadora, pois envolve mudança de cultura e coragem para coibir medidas aparentemente inofensivas, como mulher pagar menos que homem.

“Um caso como esse que aconteceu em Barcelona deve acontecer todos os dias no Brasil, tá?”, diz Facundo, com a experiência de 17 anos administrando casas noturnas badaladas de São Paulo. CEO do Grupo Vegas, que reúne espaços como Cine Joia, Club Yacht, Lions Nightclub, Riviera, Bar dos Arcos e Z Carniceria, ele falou em entrevista à Rádio Eldorado sobre como a privacidade de áreas vip mundo afora favorece abusos como o relatado pela jovem de 23 anos dentro de uma boate espanhola ao denunciar Daniel Alves, preso desde 20 de janeiro, e o da influencer Mariana Ferrer, que denunciou estupro em uma balada de Florianópolis em 2018. O acusado acabou inocentado por falta de provas, mas a comoção gerada pelo caso resultou na criação da chamada Lei Mariana Ferrer, para coibir humilhação de vítimas e testemunhas em processos judiciais.

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