Porto Alegre, segunda, 23 de setembro de 2024
img

Emenda de Alcolumbre abasteceu contratos de R$ 54 milhões da Codevasf suspeitos de superfaturamento, por Patrik Camporez/O Globo

Detalhes Notícia
Relatório da CGU listou indícios de 24 irregularidades na execução de obras no Amapá, estado do senador. O senador Davi Alcolumbre mostra um dos campos de futebol construídos com verba do orçamento secreto. Foto: Reprodução

 

 

Em dezembro de 2020, nos seus últimos dias como presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) destinou uma emenda de R$ 71 milhões à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal comandada pelo Centrão, grupo político ao qual ele é ligado. O dinheiro, proveniente do orçamento secreto, foi usado na contratação da construtora Engefort, uma empreiteira envolta de suspeitas, para a realização de obras de pavimentação em cidades do Amapá. Passados dois anos, a Controladoria-geral da União (CGU) identificou indícios de superfaturamento nos dois contratos firmados com a empresa, que somam R$ 54 milhões.

À época, Alcolumbre era um dos principais aliados do então presidente da República, Jair Bolsonaro. Reflexo dessa proximidade, o senador tinha participação direta na partilha dos recursos do orçamento secreto, o instrumento por meio do qual deputados e senadores destinavam verbas da União a seus redutos eleitorais sem precisarem se identificar. Os contratos da Engefort que entraram na mira da CGU foram assinados em 16 de junho de 2021 pelo presidente da Codevasf, Marcelo Moreira, indicado ao cargo por caciques do Centrão, entre eles o deputado Elmar Nascimento (União-BA), correligionário de Alcolumbre. A empresa foi selecionada ao vencer duas licitações da estatal.

Leia mais em O Globo